“Inadvertidamente o mundo empresarial vai a Brasília e faz um lobby contra o (projeto de lei de reforma do) Imposto de Renda. Ele na verdade está inviabilizando o (aumento do) Bolsa Família”, disse Paulo Guedes, afirmando que quem é contra essa mudança no programa dos impostos estaria contra a elevação do benefício social também
“Vai produzir uma reação do governo que é o seguinte: ah é? Então quer dizer que não tem fonte não, né? Não tem tu vem tu mesmo. Então é o seguinte, bota aí R$ 500 logo de uma vez e é auxílio emergencial. A pandemia está aí, a pobreza está muito grande, vamos para o ‘vamos ver’”, completou o Ministro durante um evento promovido pela BTG Pactual.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o valor do Auxílio Emergencial varia a depender da situação de cada pessoa. Há quem receba parcelas de R$ 150, de R$ 250 e até de R$ 375. Segundo a própria pasta, a maioria dos informais recebe o patamar menor e a maioria dos usuários do Bolsa Família pegam o montante maior.
Nos últimos meses, o Governo Federal sempre negou qualquer possibilidade de aumento no valor do Auxílio Emergencial. Mesmo diante dos protestos nas ruas e da pressão da oposição, Guedes manteve o discurso de que não poderia elevar esses montantes por uma questão de respeito com os cofres públicos.
“Problemão”
Nesse mesmo evento, Guedes disse que aumentar o valor do Auxílio Emergencial não é o que ele quer fazer. De acordo com o chefe da pasta econômica, se essa elevação acontecesse seria um “problemão para todo mundo”.
“Ora, está criando um problema tremendo para todo mundo, inclusive para quem vos fala. Eu não estou lá para fazer bagunça, e vai virar bagunça se não tiver uma solução tecnicamente correta”, disse Guedes.
De acordo com analistas políticos, essa fala do Ministro da Economia teria a função de mandar um recado para o mercado. É que o Ministro acredita que todos precisam entender que a Reforma do Imposto de Renda seria muito importante neste momento.
Auxílio Emergencial
O Governo Federal começou os pagamentos do novo Auxílio Emergencial ainda no ano passado. Em um primeiro momento, os repasses eram de R$ 600 podendo chegar em R$ 1200 para o caso das mulheres chefes de família.
É preciso lembrar, no entanto, que no ano passado o país estava sob a batuta do período de calamidade pública e do orçamento de guerra. Tudo isso fazia com que o Governo gastasse mais para além do teto de gastos.
Hoje, o país está seguindo as suas leis naturais. De acordo com o Ministério da Economia, seria justamente por isso que o Governo estaria pagando valores bem menores atualmente. O objetivo seria portanto respeitar o teto de gastos.