Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

POLÍCIA

Agricultor é preso suspeito de abusar e engravidar sobrinha de 12 anos no interior do Acre

Publicado em

Um agricultor de 43 anos foi preso preventivamente em Sena Madureira, interior do Acre, suspeito de abusar e engravidar a sobrinha de 12 anos. A menina está no 4º mês de gestação de um menino e continuou sendo abusada pelo suspeito, mesmo após ele ser denunciado e indiciado pela Polícia Civil.

Após saber da gravidez, a polícia pediu ao Judiciário a prisão do agricultor e, na manhã dessa sexta-feira (24), ele foi preso enquanto trabalhava em uma oficina da cidade.

A Polícia Civil soube do caso em dezembro de 2020, quando foi informada pelo Conselho Tutelar do município que recebeu uma denúncia anônima. O agricultor e a sobrinha moravam próximos da Gleba São José, km 20, entre as cidades de Manoel Urbano e Sena Madureira.

Na época, o tio foi intimado e ouvido na delegacia da cidade. Ele negou o crime e foi liberado. A menina passou por exame de conjunção carnal, que comprovou que ela não era mais virgem, mas ela também negou que tinha sofrido abuso do tio.

Continua depois da publicidade

O delegado responsável pelo caso, Marcos Frank, contou que a menina foi encaminhada para atendimento especializado, ainda ano passado, quando contou para a psicóloga que sofreu abuso sexual duas vezes do tio quando tinha 11 anos.

Suspeito continuou abusando da vítima após denúncia — Foto: Getty Images

Suspeito continuou abusando da vítima após denúncia — Foto: Getty Images

“Ela fez o exame de conjunção carnal, que comprovou que ela não era mais virgem, o acusado negou os fatos, a vítima também negou e foi encaminhada para o atendimento psicológico. Já no atendimento, afirmou que tinha praticado relações com o tio”, relatou.

O delegado disse que continuou as investigações e em julho deste ano o suspeito foi denunciado ao Judiciário por estupro de vulnerável. O delegado afirmou que a criança saiu da comunidade onde morava com a família e passou a viver na zona urbana da cidade.

“Tinha uma investigação que ele mantinha relações sexuais com essa menina de 12 anos, foi indiciado e denunciado ao Judiciário. Após a denúncia, ele continuou a ter relações sexuais com a menor e ela engravidou. Está hoje com quatro meses”, disse.

Frank falou que o suspeito confessou informalmente que pode ser o pai da criança. O delegado falou que a menina deve continuar com o atendimento especializado e fará o teste de DNA.

“Tomamos conhecimento pelo Conselho Tutelar de que ela está grávida e foi pedida a prisão preventiva dele. Deve ser condenado por estupro de vulnerável com agravante por ser parente. Ele se encontra na Penitenciária Evaristo de Moraes”, relatou.

Continua depois da publicidade

Acompanhamento

 

Ao g1, a conselheira Lays Mayra falou que a menina e a família dela foram encaminhados para atendimento no Centro Especializado de Assistência Social. Após saber do crime, o conselho determinou que a menina saísse da zona rural e passasse a morar com a avó na zona urbana.

Era na casa da avó que a menina deveria ter ficado enquanto a polícia investigava o caso. “A gente tirou ela de perto do agressor porque eram vizinhos. Fazíamos todo o acompanhamento, mas durante esse intervalo ele foi ouvido pela polícia e acreditou que não seria indiciado. Parece que a mãe levava ela para a zona rural sem o Conselho Tutelar saber. Foi nessas idas que ela engravidou dele”, lamentou a conselheira.

Lays disse que a menina foi atendida por toda rede de apoio de vítimas de estupro. O conselho acionou a medida de proteção, que encaminha a vítima para o Creas [Centro De Referência Especializado de Assistência Social]. Além da criança, a mãe e avó dela também recebiam atendimento. A mãe dela, inclusive, ficou muito abalada com a situação e passou a ser acompanhada também pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

A conselheira relembrou que a família foi orientada a não permitir a aproximação do suspeito com a vítima.

“A mãe dela também achou que não daria em nada e levou ela para a zona rural. No dia do acompanhamento, a menina estava na cidade. Toda rede fica à disposição nesses casos de estupro de vulnerável. O conselho é responsável por encaminhar para os atendimentos necessários e por tirar a vítima da situação de risco, que foi o que fizemos”, explicou.

A reportagem não conseguiu contato com a família da menina.

Mãe levou a menina para zona rural

 

Há duas semanas, a equipe do conselho soube da gravidez da menina. Segundo Lays, a suspeita é de que a família foi, de alguma forma, conivente com a situação, já que tinha sido orientada a não permitir que o suspeito se aproximasse da vítima.

Por isso, o Conselho Tutelar fez um relatório e pediu a responsabilização também da mãe no caso ao Ministério Público do Acre (MP-AC).

“De alguma forma a família foi conivente mesmo com todas as orientações. É como se fosse conivente com a situação, acredito que a Justiça vai tomar alguma decisão sobre isso. Se tivesse chegado ao conhecimento do Conselho Tutelar antes ela teria ido para o abrigo. A gente trabalha em cima de denúncia ou se tivéssemos chegado lá e ela tivesse para a zona rural, a gente retirava de lá, já que a primeira intervenção não deu certo, e levava para o acolhimento”, frisou.

Lays falou que a mãe da menina foi questionada sobre a continuação dos abusos quando a gravidez foi descoberta. Porém, ela negou que a filha tivesse se encontrado com o suspeito.

“Ela estava muito debilitada e decidimos não retirar ela do convívio da mãe. Quando ela soube da prisão dele, ela tentou suicídio porque já existe um ‘sentimento’. Rapidamente acionamos a equipe do Creas e a psicóloga foi na casa atender ela”, finalizou.

Propaganda
Advertisement