Na última sexta-feira, após decisão do juiz, Cléverson foi liberado. Ele descreve a sensação de estar fora do presídio após mais de um ano no regime fechado.
O cantor, que está há pouco mais de três dias em liberdade, conta que é preciso realizar um novo caminho: o de se reencontrar depois da cadeia.
“As pessoas aqui fora pensam: “tá lá dentro, está comendo e bebendo”. Mas ninguém tem noção do que é estar preso. O principal é a liberdade. Eu ficava, literalmente, 24h dentro de uma cela. A liberdade deve sempre prevalecer. O direito de ir e vir é imensurável. Quando de fato eu percebia que estava preso e não podia ir lá fora, isso faz a gente entender o preço da liberdade”, conta.
Quando questionado sobre as mudanças de um Cléverson que entrou na cadeia e o que saiu, o cantor diz ainda ser preciso tempo para refletir sobre.
“Eu ainda não tenho resposta para essa pergunta. Quem sabe daqui alguns anos. Na verdade não sei quem eu sou. Meu psicológico abalou. Eu vivi o luto dela, diante de uma injustiça comigo. Eu pensava 24h nela”, revela.
No último fim de semana, o g1 conversou com Elizete Portugal, avó de Tátila, e ela falou sobre reviravolta no caso. Também desabafou que a soltura do cantor deu a sensação da neta ter sido morta novamente.
“Estamos muito arrasados. Não estou entendendo mais nada. Tem alguma coisa muito estranha. Não aceitamos esse fato. A perícia, de primeiro momento, disse que não foi suicídio e que foi ele quem fez isso. Estamos todos arrasados. Parece que a Tatila morreu de novo. Não sei se vou aguentar passar tudo de novo“, contou a avó ao g1.
Há um ano, o cantor foi preso suspeito de matar a namorada e simular o suicídio dela em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. A jovem foi achada morta no dia 6 de setembro no apartamento do casal.
Enquanto ficou preso, Clérverson, através da sua defesa, chegou entrar com recurso até no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo pela liberdade, mas teve seu pedido negado.
Segundo o MP-RO, as novas provas reveladas pela perícia colocam em dúvida a primeira suspeita da investigação, de que a jovem tinha sido morta pelo namorado.
Por isso, foi requerido a soltura de Cléverson. Para a promotoria, o artista também não deve ser levado ao Tribunal do Júri, pois não há provas de que ele cometeu algum crime.
No Ministério Público de Rondônia, testemunhas ouvidas no caso são categóricas em dizer que Tatila não apresentava comportamento depressivo.