Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

GERAL

Amigos e familiares de dentista morta em acidente causado por jovem sem CNH fazem carreata e pedem justiça no AC

Publicado em

Amigos e familiares da dentista Maria Josilayne Ferreira Duarte, morta em um acidente no último dia 29, fizeram uma carreata neste domingo (3) pedindo justiça pela morte da jovem. O carro conduzido por Gabrielly Lima Mourão, de 19 anos, perdeu o controle e colidiu contra a moto que a dentista pilotava e ela morreu no local. (Veja o acidente no vídeo abaixo).

Gabrielly foi solta após passar por audiência de custódia e pagar R$ 2,2 mil de fiança. Com faixas que diziam: Justiça por Josi, os amigos e familiares pedem que o caso não caia no esquecimento.

Amigos pedem justiça por Josi, morta em acidente em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Amigos pedem justiça por Josi, morta em acidente em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Continua depois da publicidade

O acidente aconteceu na última quarta-feira (29), na Estrada da Floresta, em Rio Branco, quando Josilayne ia encontrar o noivo, Heverton Neri, mas ela acabou atropelada e morta após a condutora do carro, que dirigia sem habilitação, perder o controle do veículo.

Família questiona fiança de R$ 2,2 mil paga pela condutora do carro que matou Josi — Foto: Arquivo pessoal

Família questiona fiança de R$ 2,2 mil paga pela condutora do carro que matou Josi — Foto: Arquivo pessoal

A vítima tinha marcado de encontrar Neri quando ele saísse do trabalho para irem juntos à casa de uma amiga.

A carreata deste domingo fez o mesmo percurso que a vítima fazia no dia do acidente, saindo da Cidade Nova até a Estrada da Floresta. No local do acidente, o grupo fez uma corrente de oração.

Nas imagens que mostram a avenida a uma certa distância, é possível ver que pelo menos quatro veículos passam pelo local e logo depois o carro aparece em alta velocidade na via e bate contra a motocicleta conduzida pela dentista. É possível ver que a moto é arremessada de forma violenta para trás.

Vídeo mostra acidente que matou dentista em Rio Branco
Vídeo mostra acidente que matou dentista em Rio Branco

‘O carro é uma arma’

Em entrevista à Rede Amazônica um dia após o acidente, o pai de Josilayne, Marcelo Roque, ainda bastante emocionado, disse que as pessoas precisam se conscientizar sobre os perigos do trânsito.

Continua depois da publicidade

“Era uma filha que eu tinha o maior orgulho do mundo, mesmo não estando tão perto dela, acho que Deus sabe o que faz. Espero que essa pessoa tome consciência e que todo mundo tome consciência de que um carro é uma arma e você tem que saber o que você tá fazendo. Você tem que ser responsável. Ninguém é uma criança, minha filha com 19 anos já era uma mulher, uma cabeça incrível. Ela era tudo, tudo, tudo! O maior tesouro que eu tinha na minha vida”, desabafou entre lágrimas.

Dentista que morreu em acidente de trânsito no AC ia encontrar noivo

Dentista que morreu em acidente de trânsito no AC ia encontrar noivo

Ainda abalada pela perda, a família diz que quer justiça pelo que aconteceu e espera que o caso não fique no esquecimento.

“O que a gente não quer é que caia no esquecimento. Queremos justiça. Não só por ela, mas por todas a Josilaynes que tem por aí e ninguém teve coragem de gritar”, acrescentou a tia da vítima, Maira Andrade, sobre o que aconteceu.

No local do acidente, amigos e familiares fizeram uma corrente de oração — Foto: Arquivo pessoal

No local do acidente, amigos e familiares fizeram uma corrente de oração — Foto: Arquivo pessoal

Dia do acidente

À Rede Amazônica, na sexta-feira (1º), Neri falou que Maria Joseilayne tinha falado que iria mostrar algumas joias para uma amiga. Ele estava fechando a loja onde trabalha quando a companheira falou que em cinco minutos estaria lá para encontrá-lo.

Só que Maria Joseilayne atrasou e Neri desconfiou que algo tivesse acontecido à noiva.

Maria Josilayne e Heverton Neri estavam juntos há dez anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Maria Josilayne e Heverton Neri estavam juntos há dez anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Sentei lá fora com uma colega de trabalho e falei: ‘Meu Deus, tenho medo quando ela fala cinco minutos, porque ela vem em cinco minutos’. Ela era uma pessoa muito correta, tinha hora para sair e hora para chegar, só que o coração apertou naquela hora, aí a minha colega falou que ela atrasou porque tinha tido um acidente. Cheguei lá e vi ela em óbito. Tiraram ela de mim, tiraram a minha vida, me tiraram tudo, tiraram minha parceira da vida, minha vida”, contou aos prantos.

Gabrielly não tinha carteira de habilitação e foi autuada pelo crime de homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Ela chegou a ser levada ao Pronto-socorro de Rio Branco se queixando de dores e recebeu alta médica após passar por especialistas. Ainda no hospital, a Polícia Civil fez o interrogatório da jovem, que preferiu ficar em silêncio.

Heverton Neri esperava a noiva quando soube de acidente na Estrada da Floresta — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Heverton Neri esperava a noiva quando soube de acidente na Estrada da Floresta — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Motorista pediu para trocar de roupa no fórum

Conforme relatório informativo das condições sociais e pessoais, Gabrielly contou que mora com os pais e que não trabalha atualmente. Ela informou que tem feito consulta com psicólogo particular para depressão e que, às vezes, toma remédio natural para auxiliar na ansiedade.

No Fórum Criminal, ela disse que queria trocar de roupa, mas, segundo relatório, a jovem não aceitou as peças que são fornecidas pelo Atendimento à Pessoa Custodiada (Apec). O advogado particular dela, então, providenciou junto à família uma roupa e a medicação que tinha sido receitada para ela no PS para dor.

Maria Josilayne, à esquerda, morreu no acidente e Gabrielly Lima Mourão, à direita, foi solta um dia depois  — Foto: Arquivo pessoal

Maria Josilayne, à esquerda, morreu no acidente e Gabrielly Lima Mourão, à direita, foi solta um dia depois — Foto: Arquivo pessoal

Na audiência de custódia, após manifestação favorável do Ministério Público, a Justiça concedeu a liberdade provisória à jovem, com pagamento de fiança no valor de dois salários mínimos e cumprimento de medidas cautelares.

Entre as medidas cautelares que devem ser cumpridas por Gabrielly estão o comparecimento semanal à central integrada de alternativas penais e a proibição de dirigir veiculo automotor.

Propaganda
Advertisement