Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que fizeram o levantamento a partir de bases do Ministério da Saúde, suspeitam que milhares de pacientes não procuraram os serviços de saúde ao manifestarem sinais e sintomas dessa doença.
“Muita gente não tem conseguido ou tem receio de agendar consultas por causa da covid-19. Há, por exemplo, a diminuição de pré-natal entre as mulheres. Outro ponto é que não temos uma busca ativa de contactantes no Brasil”, disse o coordenador do Departamento de IST & Aids da SBD, Márcio Soares Serra.
“Além disso, apesar da sífilis ser uma doença de notificação obrigatória, nem sempre isso é feito. Somados, todos esses fatores podem complicar ainda mais nossa situação epidemiológica”, completou.
O que é a sífilis?
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada por um tipo de bactéria conhecida como Treponema pallidum.
Sua principal forma de transmissão é através de uma relação sexual sem camisinha, mas é possível ser adquirida, mais raramente, pelo contato com sangue contaminado como nas transfusões sanguíneas ou durante o parto.
A doença tem várias manifestações clínicas e diferentes estágios. No início, pode ser imperceptível e, em alguns estágios, apresentar feridas que desaparecem sozinhas, causando a falsa sensação de cura.
Essas pequenas feridas indolores podem aparecer nos órgãos sexuais, reto ou dentro da boca. O problema é que muitas vezes as pessoas não percebem isso imediatamente.
Cerca de oito semanas após a infecção, podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo, aumento de gânglios e febre. Essa é a chamada fase secundária da sífilis.
Diagnóstico gratuito no SUS
O teste rápido de sífilis está disponível gratuitamente pelo SUS, nas unidades básicas de saúde. O resultado sai em até 30 minutos. Esse teste também detecta HIV, hepatite B e hepatite C.
Prevenção e tratamento
A sífilis tem cura, mas, se não tratada a tempo, traz sérias consequências para a saúde, podendo, inclusive, ser fatal.
O tratamento também é ofertado gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e melhora a qualidade de vida do paciente, além de interromper a cadeia de transmissão.
O uso correto e regular de preservativo é uma medida importante de prevenção da doença. As informações são do Catraca Livre.