A ideia de vender a Petrobras foi manifestada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em entrevista à Rádio Novas da Paz, de Pernambuco.
“Eu já tenho vontade de privatizar a Petrobras, vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer, porque eu não posso. Não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha, aumenta o gás de cozinha a culpa é minha, apesar de ter zerado imposto federal”, disse Bolsonaro.
Com essa declaração, o presidente passa a se alinhar ao conhecido posicionamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, para quem, dizem seus interlocutores, deve-se vender toda Petrobras. Em março, Guedes afirmou que por ele privatizaria todas as estatais do Brasil, mas que a Petrobras estava fora da lista porque Bolsonaro não queria.
Impeditivo
Há, porém, um impeditivo na Constituição, que proíbe a privatização de empresas públicas e sociedades de economia mista que exerçam atividade exclusiva da União. Mudar isso exigiria uma proposta de emenda à Constituição. No Congresso, o governo tem como aliado para tocar a pauta o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que nesta quarta-feira (13), em entrevista à CNN, também considerou a privatização da Petrobras.
Tanto o governo quanto o Congresso tem a leitura de que o descontrole no preço dos combustíveis piora a popularidade da classe política, às vésperas de ano eleitoral.
Nos Estados Unidos, pelo encontro do FMI, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou da ideia de usar os recursos da venda da empresa para financiar políticas para os mais pobres, sem detalhes. “Imagine, então, se eu vender um pouco das ações da Petrobras e der pra eles esses recursos? O governo, que tem hoje o controle, ele pode continuar com a golden share, qualquer coisa assim. Mas, na hora em que as ações ficarem todas da mesma qualidade, o mercado vai aplicar um múltiplo de empresa privada, e vai valer muito mais”, afirmou nesta quarta-feira.