Segundo relatos de testemunhas, os bandidos atiravam pedras de cima de uma passarela para obrigar motoristas de carros e motos que circulavam na rodovia a parar. Denecy Monteiro da Silva, de 57 anos, acabou atingido na cabeça e, mesmo de capacete, morreu no local.
“É inacreditável que uma pessoa tenha coragem de fazer um ato desse. E assim, leva um pouco da gente junto porque meu pai foi uma pessoa boa a vida toda, ele só ajudou as pessoas. Ele viveu para ajudar. Então, está todo mundo chocado porque ele não tinha um inimigo nessa vida”, desabafou Mariana Dantas da Silva, filha de Denecy.
O motorista aposentado trabalhava como entregador de um aplicativo de comida para complementar a renda da família. Na terça, durante o feriado, ele mandou uma mensagem de áudio para o filho por conta do grande movimento de entregas.
“Olha velhinho, estou aqui no Vila Lage ainda, meia-noite e vinte e oito. Acabei de fazer uma entrega aqui agora e fui desligar, não deu nem tempo, tocou de novo, mas aí eu fui e recusei. Eu recusei e consegui desligar aqui. Tá direto, direto. Eu fiz umas viagenzinhas boas hoje. Mas, eu não vou ficar até duas horas da manhã na rua, tá doido”, disse ele no áudio, demonstrando felicidade.
Denecy decidiu parar logo depois, e foi para a casa da filha, em São Gonçalo, onde sempre deixava a mochila de entregas. De lá, ele pegou a moto e foi para casa, em Guapimirim. São 57 quilômetros e o trajeto dura cerca de uma hora. Parte do caminho é pela BR-101.
