“Infelizmente vimos o Fórum Mundial de Bioeconomia sendo realizado em Belém, sem a participação efetiva dos povos da floresta entre os debatedores e palestrantes”, criticou o líder indígena. “Os Povos da Floresta têm um modo de pensar muito diferente destes grupos que vêm em nome de uma nova economia, fazer o uso dos recursos da floresta com essa palavra bonita chamada bioeconomia. Muitas empresas querem continuar usando os recursos da Amazônia sem medir os limites”, acrescentou.
De acordo com o líder indígena, a floresta tem sua capacidade de gerar economia, “mas impor esse modelo capitalista de uso dos recursos não vai dar sustentabilidade”. Segundo Pìyãko, o pensamento dos organizadores do Fórum não é fazer o uso do que a Amazônia pode oferecer. “É, isso sim, explorar, destruir, acabar e passar por cima de todos os valores que estão aqui, somente por dinheiro. As consequências vão ser muito grande e a própria natureza vai reagir a isso. Já sentimos o meio ambiente mudar”, denunciou.
Francisco Pìyãko disse ainda que, “sem a participação dos povos da floresta, indígenas, extrativistas e ribeirinhos, quem vai ser dono do negócio são as empresas”. E acrescentou: “Nós sabemos como empresas nos trataram no passado e nos tratam no presente, ainda”.