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Alta espantosa de casos de diabetes em 2021 faz especialistas afirmarem que a doença está ‘saindo do controle’

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Diabetes é a doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. Foto: Pixabay

A Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês) divulgou esta semana os dados preliminares do Atlas Diabetes 2021. O documento mostra que houve um aumento de quase 16% nos casos da doença em adultos (de 20 a 79 anos) em todo o mundo.

Na última edição, publicada em 2019, eram 463 milhões de pessoas vivendo com a enfermidade, saltando para 537 milhões agora. Isto significa que 1 a cada 10 adultos desenvolveram a doença. E, apenas em 2021, a doença já foi responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo, ou seja, 1 a cada 5 segundos.

Para a IDF, este cenário mostra que o diabetes está “saindo do controle”. Rosane Kupfer, endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes da Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), explica que a constatação se dá pelo fato de o número de diabéticos ter crescimento muito acima das projeções feitas pela instituição.

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No relatório de 2019, a federação havia projetado que em 2030 o número de diabéticos chegaria a 578,4 milhões, ou seja, um crescimento de 115,4 milhões de pessoas com diabetes em 11 anos. No entanto, em apenas dois anos, já são 74 milhões de novos casos da doença (64% do aumento projetado até 2030).

As novas projeções apontam que serão 643 milhões de adultos com diabetes em 2030 e 784 milhões em 2045. Os dados da IDF mostram também que quase metade dos diabéticos não sabem que possuem a doença. Este dado é preocupante, já que a falta de tratamento e o descontrole da doença pode gerar complicações graves à saúde — como problemas de coração, lesões nos rins, cegueira e causar até a morte.

A federação alerta também que 4 a cada 5 adultos com diabetes vivem em países de baixa e média renda.

— São vários os fatores que explicam esse dado. Primeiro, que nos países de baixa e média renda falta acesso à informação, ao diagnóstico e ao tratamento. Além disso, a má alimentação, rica em carboidratos e gorduras, é um grande fator de risco para o diabetes. Nem sempre a população desses países tem acesso a uma dieta balanceada — afirma Kupfer.

O aumento do diabetes é ainda mais preocupante levando em consideração que o mundo ainda enfrenta a pandemia de Covid-19. A doença piora o prognóstico dos pacientes que são infectados pelo coronavírus, aumentando o risco de hospitalizações e mortes.

Panorama brasileiro

A nova estimativa da IDF sobre brasileiros com diabetes só será divulgada no próximo dia 6 de dezembro, quando o Atlas Diabetes 2021 for publicado. No entanto, os dados de 2019 apontavam que o país era o quinto colocado no ranking mundial, com 16,8 milhões de diabéticos. Nas primeiras colocações estavam a China (116,4 milhões), Índia (77 milhões), Estados Unidos (31 milhões) e Paquistão (19,4 milhões).

O Vigitel 2020 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), publicado em setembro de 2021 pelo Ministério da Saúde, mostra que Rio de Janeiro (11,2%), Maceió (11%) e Porto Alegre (10%) são as capitais com maior incidência de diabetes no país.

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Os dados do levantamento brasileiro mostram que nas 26 capitais e no Distrito Federal, 8,2% da população possuem diagnóstico de diabetes, sendo a frequência maior entre as mulheres (9,0%) do que entre os homens (7,3%). A pesquisa mostra que em ambos os sexos, “a frequência dessa condição aumentou intensamente com a idade e diminuiu com o nível de escolaridade”.

Além da idade, são fatores de risco para o diabetes: obesidade ou sobrepeso, pressão alta, colesterol alto ou triglicérides altos no sangue, histórico familiar de diabetes, histórico de diabetes gestacional e diagnóstico de pré-diabetes. Pessoas com este perfil devem fazer exames que medem os níveis de glicemia no sangue anualmente a partir dos 35 anos. Quem não apresenta estes fatores, devem fazer o rastreamento a partir dos 45 anos.

O diabetes não costuma apresentar sintomas no começo. Por isso, é importante fazer os exames de rotina. Fome frequente, sede constante, feridas que demoram a cicatrizar, vontade de urinar várias vezes ao dia e formigamento nos pés e mãos são alguns dos sinais da doença.

A prevenção é feita com uma alimentação balanceada, rica em verduras e legumes, a prática regular de atividade física e o controle de outras doenças crônicas pré-existentes, como hipertensão ou colesterol alto.

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