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GERAL

Após constantes roubos, vereadores de cidades do AC pedem barreira policial 24 horas na fronteira

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Vereadores das cidades de Brasileia e Epitaciolândia, no interior do Acre, se reuniram, nesta segunda-feira (8), às forças de segurança do estado para pedir uma barreira policial 24 horas na fronteira do Acre com a Bolívia, na região do Alto Acre. O encontro ocorreu após o fechamento das pontes Wilson Pinheiro, em Brasileia, e a da Amizade, em Epitaciolândia, no fim de semana.

Um grupo de mototaxistas, moradores e vereadores tinha fechado as duas pontes em manifestação após o registro de roubos e furtos de pelo menos nove motocicletas em um intervalo de 10 dias. Com a chegada de três equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para reforçar a segurança na fronteira, eles decidiram reabrir os locais ainda na tarde de sábado (6).

O vereador de Brasileia Elenilson Cruz diz que a população tem sofrido com constantes ações criminosas.

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“Esse problema [insegurança na fronteira] vem se arrastando há muito tempo, mas agora nossa população não aguenta mais. Em dois dias foram furtadas seis motos de mulheres, que são alvos mais fáceis, a população não aguenta mais. Fechar as fronteiras foi a única maneira que achamos para chamar atenção das autoridades, com tanto roubo, assalto e furto. As facções estão se instalando na Bolívia e a ponte é 24 horas aberta”, reclama.

Ele sugere que o Estado intervenha junto ao governo federal e peça a presença do Exército na região. “A população clama por socorro”, diz.

Messias Lopes, vereador em Epitaciolândia, reforçou o pedido e disse que blitz e operações pontuais não têm surtido efeito na redução de ocorrências.

“Nós vereadores estamos aqui pedindo socorro ao governo federal, do estado, e autoridades competentes. A população não aguenta mais. Isso está acontecendo diariamente. Semana passada foram seis motos roubadas, uma moto por dia. A criminalidade está muito grande na fronteira e o que nós queremos do secretário de Segurança é que tome as mínimas providências possíveis para reduzir ou acabar com esses roubos – acabar não tem como acabar, porque a criminalidade nunca vai acabar, mas tem como diminuir e pra acabar, diminuir com isso lá, só tem um jeito. Não adianta fazer blitz, aumentar número de policiais, pode aumentar, mas se não colocar polícia 24 horas na fronteira, como existia há 10, 15 anos, não vai adiantar”, reclamar.

Ele disse ainda que a Bolívia tem policiais em barreira que funcionar 24 horas. “Cabe ao governo fazer uma parceria para que a Bolívia também possa do lado de lá pedir documentação de veículos, porque quando parar e o indivíduo não tiver documento já é suspeito, tem passado veículos de Rio Branco e quando estão na Bolívia não pega mais”, reclama.

Reforço no Gefron

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Os parlamentares alegam que na época da pandemia, quando as fronteiras entre Acre e Bolívia ficaram quase seis meses fechadas com o Exército não havia esse tipo de ocorrência. Está em andamento também o Programa Nacional de Segurança das Fronteiras e Divisas (Vigia), do Ministério da Justiça, que ocorre nas fronteiras do estado e não tem previsão de acabar.

O secretário de Segurança Pública, Paulo Cézar dos Santos, disse que existem limites na legislação, mas que foram fortalecidas algumas ações de segurança.

“Estamos reforçando policiamento do Grupo Especial de Fronteira [Gefron], instalamos mais bases do Gefron de forma permanente no município de Epitaciolândia, além de estarmos agregando uma série de tecnologia, principalmente no que tange ter um controle de frota, de veículos, que adentram território nacional e saem do território nacional. O objetivo dessa reunião é discutir a melhor solução para termos uma segurança efetiva no que tange a fronteira”, disse.

O secretário voltou a dizer que a Polícia Militar não tem como contratar mais pessoal, mas que estão quase 300 homens em formação que devem repor esse efetivo.

“Ao término dessa formação, o efetivo que saiu daquela região será reposto, é um processo contínuo de formação. Nós temos que lembrar que o Estado está acima do limite prudencial com pessoal, isso não permite o aumento de efetivo, o que está sendo feito é reposição, é aquilo que a legislação permite e acreditamos que a reposição de efetivo após o curso de formação será necessário para que a segurança na fronteira alcance os anseios da sociedade”, destaca.

O superintendente da Polícia Federal no Acre, Érico Barbosa, disse que faltam recursos materiais e de pessoa, mas que a PF tem trabalhado com as demais instituições de forma integrada e que, mesmo com as últimas ocorrência, avalia como positivo a atuação das polícias na fronteira.

Colaborou Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre.

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