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GERAL

Mulher que não sabia que estava grávida batiza bebê com nome da mãe que morreu na pandemia, em RO

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Pequena Maria Vitória na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Rondônia. — Foto: Arquivo Pessoal/Luciana Rosa

A mulher que procurou atendimento médico, sem saber que estava grávida, e deu à luz uma bebê prematura, batizou a filha recém-nascida em homenagem à mãe que morreu após agravamento no quadro de Covid-19. A bebê nasceu com 26 semanas e pouco mais de 1 kg, em Vilhena (RO). Ela está internada em estado grave.

“O NOME DELA É MARIA VITÓRIA POR CAUSA DA MINHA MÃE QUE SE CHAMAVA MARIA JOSÉ. O ‘VITÓRIA’ É PORQUE ELA É UMA VITORIOSA POR PASSAR ESSE TEMPO TODO COMIGO AQUI QUIETINHA”, REVELOU À MÃE, LUCIANA ALBERTA ROSA, DE 30 ANOS, EM ENTREVISTA AO G1.

A mãe de Luciana faleceu há cerca de seis meses, após ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19. O nome da filha reflete a saudade e o amor que ela sente pela mãe.

“Tudo desabou. Até hoje estou vivenciando esse luto e para mim foi uma perda muito grande”, comenta.

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Grande surpresa

Na madrugada da última sexta-feira (3), Luciana começou a sentir leves dores que foram aumentando e se tornando mais recorrentes com o passar das horas. Ela conta que não percebeu nenhum sinal durante esses meses que indicassem a gravidez. Até mesmo a menstruação “vinha todo mês, regularmente”, segundo ela.

“Eu achei que era cólica, porque a minha menstruação deveria descer naquela segunda-feira. Ela vem todo mês e eu marco ela no aplicativo. Ela vinha normal”, conta.

Quando já estava mal, Luciana tentou entrar em contato com o marido que trabalha em uma chácara da região, mas demorou para conseguir chamá-lo por causa da dificuldade de sinal.

“Ele falava para eu ir no hospital e eu só vou no hospital geralmente quando eu estou morrendo”, relembra Luciana.

Uma das pessoas que a mulher agradece em toda essa situação é o motorista de aplicativo que ela chamou para conseguir chegar ao hospital. Como o marido precisou ficar em casa cuidando dos outros três filhos, foi o motorista que a auxiliou durante o transporte.

“Cheguei no hospital com muita dificuldade, até de andar, ele foi comigo até a recepção segurando a minha mão”, conta.

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Luciana foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vilhena e lá as dores começaram a ficar muito intensas. Em nenhum momento ela chegou a pensar que talvez estivesse grávida.

“A DOR ESTAVA VINDO ALUCINANTE, DEU ATÉ FALTA DE AR. EU ACHAVA QUE IA ATÉ MORRER, MENOS QUE ERA GRAVIDEZ”.

Segundo Luciana, quando foi atendida e examinada, a médica pediu uma ambulância para que ela fosse encaminhada ao Hospital Regional da cidade onde mora, mas antes do transporte chegar a bolsa estourou e em poucos minutos a bebê nasceu.

“A bolsa estourou e ela [a médica] falou pra mim ‘faz força que seu bebê está nascendo’ e eu ‘hãn?’ Caí na realidade quando eu pude ver e passar a mão nela”, relembra.

Toda a situação pegou os pais de surpresa e por isso Vitória ainda não possui nenhuma peça de enxoval. Além dela, o casal tem três filhos de 11, cinco e dois anos.

Estado de saúde de Vitória

Como nasceu prematura, Maria Vitória foi encaminhada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Ouro Preto do Oeste (RO) e está em estado considerado gravíssimo. Ela nasceu com pouco mais de 1 kg.

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