Bolsonaro deu a declaração durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na noite desta sexta. O pronunciamento foi gravado por Bolsonaro antes da viagem para Santa Catarina, onde ele está de folga neste final de ano.
“Não apoiamos o passaporte vacinal, nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que as vacinas para as crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada”, afirmou o presidente.
Vários países no mundo adotam o passaporte vacinal como medida de combate à pandemia. Diferentemente de outras lideranças políticas, Bolsonaro já afirmou que não tomará a vacina. Ele também declarou que não imunizará a filha de 11 anos de idade.
Alvo de investigação sobre suposta prevaricação na negociação da vacina Covaxin, o presidente afirmou na mensagem de fim de ano que não há corrupção no governo.
“Completamos três anos de governo sem corrupção. Já concluímos, com menor custo, centenas de obras paradas há vários anos”, disse Bolsonaro.
No entanto, diversas investigações envolvendo membros ou ex-membros do governo estão em andamento:
- o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, foi um dos alvos da operação Akuanduba da Polícia Federal, realizada no dia 19 de maio. As investigações apuram suspeita de facilitação à exportação ilegal de madeira do Brasil para os Estados Unidos e Europa. Ele foi exonerado por Bolsonaro um mês depois;
- o servidor do Ministério da Saúde e ex-chefe do setor de importação da pasta Luis Ricardo Miranda disse que identificou suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin;
- a CPI da Covid apurou suposto pedido de propina em uma negociação paralela para adquirir vacinas da AstraZeneca contra a Covid, por meio da empresa Davati Medical Supply;
- a CGU detectou irregularidades em uma licitação de R$ 3 bilhões para compra de computadores do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC), que poderiam gerar prejuízos milionários aos cofres públicos, e recomendou a suspensão do pregão eletrônico.