Com a mobilização de alunas e pesquisadoras que foram assediadas, a USP instaurou em setembro de 2019 uma sindicância e um processo administrativo contra o docente. Oito mulheres, todas ex-orientandas, depuseram contra ele na condição de vítimas, além de outras cinco como testemunhas.
Uma das vítimas, que preferiu não ser identificada, relatou que foi vítima de assédio sexual pelo professor e contou a situação:
“Eu fui mostrar os resultados que eu já tava tendo do mestrado pra esse professor e foi num fim de tarde, em março de 2016. Até que num momento ele falou assim: ‘parece que você tá muito tensa, vamos relaxar’ e começou a fazer massagem nos meus ombros. Ele encavalou atrás de mim, ele passou a perna atrás de mim e como eu tava sentada num banco, ele aproximou a carteira e começou a fazer massagem, e, nesse momento, eu me senti muito acuada. Ao momento que ele põe a mão por baixo da minha blusa e abre meu sutiã. E quando ele faz isso, eu travo as mãos no corpo, a ponto de não querer que ele venha pra frente e a única frase que eu consigo falar é: ‘para, professor!’”