Uma das vítimas foi a digital influencer Katyana Aguiar, de 35 anos, natural do município de Tarauacá. Na última quarta-feira (29), por volta das 13h, seus perfis no Instagram e WhatsApp foram hackeados.
“Já não conseguia mais entrar nas minhas contas, pois tinham hackeado. Depois, vi que estavam divulgado venda de de geladeira, cama e outras coisas nos stories, no intuito de faturar dinheiro de outras pessoas”, disse à reportagem do ContilNet.
“Como eu vivo de Instagram, divulgando as lojas que são minhas clientes, me desesperei. Minha vida parou em pleno fim de ano, quando tinha muito trabalho pela frente”, continuou.
Katyana procurou a delegacia da cidade para registrar um boletim de ocorrência, mas foi informada de que não havia agente capacitado para atuar contra o crime cibernético.
A acreana chegou a criar outra conta no Instagram para tentar convencer o criminoso a devolver seu login. Ele pediu R$ 6 mil de recompensa para atender o pedido da vítima.
“Eu jamais pagaria esse valor. Não confiei e não confio”, continuou Aguiar, que tinha quase 50 mil seguidores no perfil hackeado.
A população taracauense se mobilizou para ajudar Katyana. Em sua nova conta, no período de menos de 24 horas, ela conquistou mais de 10 mil seguidores. “A população daqui, que reconhece meu trabalho, se mobilizou para me seguir no novo perfil. Foi o que me deu ânimo e força para continuar trabalhando. Sou muito grata a todos”, concluiu.
Em nota emitida ao jornal Estadão, o Instagram informou que trabalha de forma contínua na implementação de recursos capazes de barrar o acesso de hackers a contas de terceiros. A rede social também informou que, caso não seja possível resgatar a senha pelos meios disponibilizados e que podem ser consultados na Central de Ajuda para contas invadidas, como a reversão do e-mail alterado para o original, o suporte deve ser acionado.
Nossa reportagem entrou em contato com o secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp/AC), Paulo Cézar Rocha, para obter informações sobre as medidas adotadas no Estado para combater o crime de invasão aos perfis e dados de acreanos nas redes sociais.
Paulo informou que algumas situações sobre o assunto já foram solucionadas pela pasta e que o caso de Katyana será encaminhado para investigação à delegacia responsável.
“Recentemente, foi criado o Núcleo de Apoio a Combate a Crimes Cibernéticos no âmbito da Polícia Civil, vinculado ao Departamento de Inteligência, que tem condições se apoiar demandas relacionadas a crimes virtuais”, informou o secretário.