Uma patrulha da Polícia Militar (PM) fazia a ronda na Zona Sul da capital, quando o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) informou sobre um suposto crime de tortura e sequestro no Residencial Morar Melhor. Diante das possíveis características das pessoas envolvidas e do endereço dito pelo CICC, os PMs se deslocaram ao destino indicado.
No local, os agentes dizem que avistaram quatro adolescentes de 12,13,14 e 15 anos, junto com três jovens, sendo elas com idades entre 19 e 21 anos.
Com uma policial na guarnição, foram feitas as abordagens e revistas. Enquanto a PM realizava o procedimento na adolescente de 14 anos, de forma discreta, a menina, que aparentava estar com medo, pediu ajuda e disse que ela, a irmã e as primas, (as outras adolescentes) estavam sendo agredidas.
A menina, segundo o boletim de ocorrência, ainda disse que as jovens são integrantes de uma facção criminosa e que além de agredi-las, ameaçaram elas de morte por suspeitarem que as adolescentes fossem integrantes de uma facção rival. Depois de ouvir o relato, os policiais as tiraram de perto das supostas agressoras.
Longe das suspeitas, as outras meninas confirmaram a versão da adolescente de 14 anos e disseram que foram paradas pelas agressoras quando estavam indo à casa de uma colega, em outra rua no residencial.
As meninas disseram que as jovens pegaram os celulares delas e começaram a ver as mensagens. Nessa hora uma das suspeitas teria afirmado que viu no celular da adolescente de 12 anos, “que ela havia “fechado” com uma facção rival”. Momento em que começaram as agressões e ameaças de morte.
A adolescente relatou que as suspeitas começaram a dar soco e tapas e ameaçaram de entregar as meninas para outros integrantes da facção em que fazem parte, para que fosse decidido se elas morreriam e se eles cortariam os cabelos das meninas. Enquanto aconteciam as agressões, as vítimas foram levadas e colocadas em cárcere privado.
No cárcere, as adolescente relataram que as agressões e ameaças não pararam e que dois homens chegaram no local. Eles, de acordo com as vítimas, estavam armados e deram coronhadas na adolescente de 12 anos. Lesões na cabeça da menina são pontuadas no boletim.
Durante as agressões e ameaças, a menina disse que a jovem de 21 anos, mandou pegar uma tesoura e disse que não mataria as adolescentes, mas que cortaria os cabelos delas. A suspeita, segundo a vítima, conduziria as meninas para um matagal próximo ao residencial. Quando estavam sendo levadas, a PM chegou, neste momento, segundo a adolescente, os dois homens e uma outra mulher fugiram.
A menina relatou que antes dos policiais descerem da viatura, a suspeita de 21 anos disse para elas falarem que estavam apenas conversando.
Depois de ouvir as vítimas, os policiais questionaram as suspeitas sobre os fatos. Elas disseram que não sabia do que se tratava o assunto. Foi frisado no boletim de ocorrência que uma das jovens de 19 anos, falou “que se as vítimas estavam apanhando e sendo ameaçadas seria porque teriam feito algo errado”.
Diante dos fatos narrados foi dada voz prisão aos suspeitos. Eles foram levados à Central de Flagrantes. Os advogados de defesa estiveram presentes na delegacia.