Segundo relato da assistente social, Suely “sempre foi de expor o que pensava, engajada, porém, com o tempo, mudou comportamento”. A profissional até citou, como exemplo, a maneira – da até então presidente do asilo – de falar e tratar idosos e funcionários: “humilhando, constrangendo e ‘acabando’ com as pessoas em público”.
A assistente social ainda pontuou que o enfermeiro Mariomar observou as condutas de Suely. E que o mesmo decidiu formular e provar as denúncias, sobretudo, com as imagens das câmeras da instituição.
Ainda de acordo com a assistente social, os idosos moradores do local possuíam muita intimidade com o fisioterapeuta – também entrevistado no laudo – e reclamavam para ele a situação.
Um idoso, de 81 anos, entrevistado pela equipe, relatou que “ficava tenso, com medo de falar e sofrer retaliações por parte da então diretora da instituição”, mesmo que familiares o visitassem periodicamente.
Sobre os acontecimentos, o idoso enfatizou não ter visto agressões físicas feita por Suely, porém, afirmou ter presenciado e ter sido alvo das ofensas e humilhações que ela realizava diariamente.
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O senhor ainda explicou que o clima na casa começou a “ficar tenso desde o início da gestão de Suely, pois os limites e as regras foram impostos, independentemente dos costumes que estavam sendo adotados na administração anterior”.
Outro idoso, de 64 anos, também relatou que a presidente “era grosseira no modo de falar e tratar as pessoas, que ela usava seu papel de autoridade para ofender e humilhar a todos na casa, em especial, a ele mesmo”.
Conclusão do laudo psicológico
Diante de todas as informações e relatos obtidos através das entrevistas com os internos e funcionários, o laudo psicológico concluiu tratar-se de um caso de maus-tratos e violência psicológica com os idosos.
Sobretudo, “alguns deles – principalmente os que foram mais perseguidos e hostilizados pela Suely – conforme relatos, apresentaram comprometimentos emocionais e, em alguns casos, o agravamento do quadro clínico e comportamental, como resposta ao contexto de violência e maus tratos”.
O documento ainda cita como exemplo uma situação grave ocorrida com uma das idosas, que era deixada por Suely sem casaco, em dias frios, e a dormir fora do quarto, dentre outras crueldades narradas. A idosa citada desencadeou depressão e ainda recusa-se a receber alimento e medicação.
Internos mostraram-se ainda aliviados pelo afastamento de Suely, bem como, a maioria dos funcionários, alguns, com evidente esgotamento emocional.