RIO BRANCO
Rio Branco está entre as 11 capitais do Brasil com baixa cobertura vacinal de crianças, aponta relatório da Fiocruz
Com 6,9% de cobertura vacinal, a capital acreana está entre as 11 capitais do país que estão abaixo da marca nacional (21%) em relação à imunização de crianças de 5 a 11 anos. Os dados foram divulgados, nessa quarta-feira (16), em nova Nota Técnica do Observatório Covid-19 Fiocruz.
Ao g1, a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Rio Branco, Socorro Martins, afirmou que até esta sexta 19,68% de crianças foram vacinadas contra a doença. Ela explicou que os dados no sistema do Ministério da Saúde demoram para ser atualizados e por isso podem dar diferenças com os dos municípios.
Além de Rio Branco , as capitais que estão abaixo da marca são Macapá (1,6%), Boa Vista (20,6%), Porto Velho (16%), Teresina (8,4%), João Pessoa (15,8%), Recife (1,9%), Belo Horizonte (18,4%), Campo Grande (1,6%) e Cuiabá (15,7%).
Todos os estados da região Norte do país estão abaixo da média nacional. Apenas Rio Grande do Norte (32,6%), Sergipe (23,9%), Espírito Santo (21,9%), São Paulo (28,1%), Paraná (28,6%), Rio Grande do Sul (23,2%) e o Distrito Federal (34,6%) estão acima da meta.
O documento aponta ainda que, mesmo após evidências científicas favoráveis à vacinação contra a doença em crianças no país, um dos motivos da baixa cobertura vacinal pode ser a difusão de notícias falsas, que faz com que algumas famílias duvidem da eficácia da vacinação neste público. O documento alerta ainda sobre a preocupação ao retorno das aulas presenciais em todos os estados brasileiros.
O sociólogo Thiago Cabral, de 37 anos, disse que a vacina era algo que sua família esperou com muita expectativa. Quando foi liberada a vacinação na capital ele fez questão de levar o filho de 8 anos para logo ser imunizado.
“Enquanto eu e a mãe dele já estávamos vacinados com as três doses, a hora dele não chegava e a gente estava ansioso. Logo que chegou a vez das crianças se vacinarem, e quando liberaram para a idade dele, nós o levamos no mesmo dia. Acreditamos muito na ciência e passamos esse ensinamento para ele, que apesar do medo da agulha, também estava ansioso pelo dia da sua imunização”, afirmou.
O g1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Rio Branco(Semsa) para saber sobre as ações de conscientização que estão sendo feitas para chamar atenção dos pais sobre a importância da vacinação para este público e aguarda retorno.
Início das aulas
Na rede municipal de Rio Branco o início das aulas está programado para ocorrer no dia 7 de março e a Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco (Semsa) informou que o formato ainda está indefinido, pois vai depender do cenário dos casos de Covid e síndromes gripais na capital acreana. Em relação à exigência do passaporte da vacina, a pasta explicou que ainda vai ser avaliado se será exigido ou não que a criança tenha sido imunizada contra a doença.
As escolas particulares já iniciaram o ano letivo de 2002 na capital. O Sindicato das Escolas Particulares de Rio Branco informou que a vacinação deste público é de total responsabilidade dos pais, portanto, não é cobrada carteira de vacinação no ato da matrícula.
Vacinação de crianças no AC
A vacinação pediátrica iniciou no Acre no dia 17 de janeiro com doses da Pfizer pediátrica. Em todo o Acre, a meta é imunizar 120 mil crianças de 5 a 11 anos.
O Acre recebeu o sexto lote de vacinas pediátricas, com 11,3 mil doses da Pfizer, nesta sexta (18).
No dia 20 de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde retirou a exigência de apresentação do termo de autorização para vacinação das crianças de 5 a 11 anos. A medida foi publicada em nota técnica do Departamento de Vigilância Epidemiológica.
Regras para vacinação de crianças
- As crianças precisam estar acompanhadas do pai ou da mãe ou de outro responsável legal na hora da imunização.
- No caso das crianças menores de 11 anos que possuem comorbidades, estas devem apresentar laudo para fazer a vacinação.
- A 2ª dose deve ser aplicada após dois meses da aplicação da primeira dose.
- A vacina contra a Covid-19 não pode ser administrada no mesmo período de outras vacinas do calendário de imunização infantil. O intervalo é de 15 dias.
- Crianças que tiveram Covid-19 devem aguardar 30 dias para receber a vacina.
- Aquelas que estão com sintomas gripais devem esperar passar os sintomas para poderem ser imunizadas.