MUNDO
EUA e União Europeia articulam novas sanções econômicas contra russos
A União Europeia e os Estados Unidos confirmaram uma nova rodada de sanções contra a Rússia. A medida ocorre após imagens de um massacre em Bucha, cidade próxima a Kiev, chocarem o mundo.
Na tarde desta segunda-feira (4/4), o governo norte-americano confirmou que alinha com o bloco econômico restrições para pressionar a economia do país liderado por Vladimir Putin. Contudo, nada foi divulgado.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, adiantou que as novas sanções podem estar relacionadas com o setor de energia. Além disso, as indústrias de tecnologias e militar deverão entrar no novo pacote.
“Podem esperar mais anúncios de sanções esta semana”, disse Jake Sullivan aos jornalistas.
Após a Rússia invadir o território ucraniano, em 24 de fevereiro, e promover sucessivos bombardeios, os principais blocos econômicos e as maiores potências mundiais anunciaram punições.
Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, França, Canadá, Austrália e Japão são os países que mais aplicaram sanções contra a Rússia. Isso sem considerar as punições em bloco, como as impostas pela União Europeia e pelo G7 (grupos dos países mais ricos), por exemplo.
Todo esse volume de restrições tem causado problemas econômicos ao país de Putin. Lá, a inflação disparou e encareceu serviços e produtos. Além disso, a moeda russa, o rublo, e a bolsa de valores nacional estão em severa desvalorização.
Massacre
O mundo voltou a ficar assombrado com a guerra na Ucrânia. Em gravações divulgadas nesse domingo (3/4), é possível ver cenas fortes da tragédia na cidade. As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns.
A declaração pessimista foi dada após uma reunião diplomática em Varsóvia, na Polônia. “Bucha é a ponta do iceberg. Em Mariupol, a situação é ainda pior”, frisou.
Como represália ao massacre, Alemanha, França e Lituânia expulsaram diplomatas russos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou o ataque e voltou a chamar o líder russo, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra”.
A União Europeia anunciou a abertura de um inquérito, em conjunto com a Ucrânia, para apurar o que ocorreu em Bucha.
Negativa russa
O governo russo negou que tenha matado civis em Bucha. Na manhã desta segunda, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reafirmou o posicionamento do país: “Rejeitamos categoricamente todas as acusações”.
O país liderado por Vladimir Putin nega que tenha promovido o massacre. Segundo o governo ucraniano, ao menos 400 corpos foram encontrados na rua ou em valas rasas. O Kremlin pediu uma análise oficial do que chamou de “provocação” ucraniana.
Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia, determinou a abertura de um inquérito para apurar se a Ucrânia espalhou “informações deliberadamente falsas” sobre as forças armadas russas, segundo comunicado do comitê.
A Rússia alega que as imagens do massacre foram encenadas e editadas pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Os russos convocaram uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o que chamou de “provocações odiosas” da Ucrânia.
“Genocídio”
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer crime de guerra ao visitar a cidade de Bucha, onde ocorreu um grave bombardeio. Para ele, o ataque foi um “genocídio”.
Zelensky esteve na cidade, localizada a noroeste de Kiev, capital e coração do poder. “Estes são crimes de guerra e serão reconhecidos pelo mundo como genocídio”, afirmou.
O líder ucraniano chamou as forças russas de “carniceiras, estupradoras e saqueadoras”, e pediu mais sanções contra o inimigo.
Imagens de Bucha, divulgadas nesse domingo, mostram ao menos 20 cadáveres no chão e valas comuns. Após a visita, Zelensky disse que o massacre irá atrasar o processo de negociação de paz com a Rússia.