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POLÍTICA

Mudança em horário de votação no AC pode aumentar abstenção no estado, alerta especialista

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A mudança no horário de votação do Acre nas eleições deste ano, pode gerar um número de abstenção grande em todo estado, tanto por causa da logística como também por falta de conhecimento dos eleitores acerca da mudança. É o que acredita o doutor em ciência políticas Ermício Sena.

Por conta do fuso, a votação no Acre, que começava às 8h e terminava às 17h, nas eleições deste ano, vai iniciar às 6h e terminar às 15h. A decisão pela uniformização do horário de início e encerramento da votação em todo país nas eleições de 2022 é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de dezembro do ano passado.

“A magistratura está envolvida numa burocracia e não entende o sentido de uma federação na qual o voto do cidadão deve ser igual. Então, a primeira coisa que se pode dizer que foi uma decisão burocrática e depois que saiu a resolução foi afirmado que houve a sociedade foi ouvida, especialistas foram ouvidos, associações, entidades de um modo geral, mas no Acre ninguém ficou sabendo disso. Sou estudante da legislação eleitoral e não ficamos sabendo disso”, destaca.

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O especialista acredita que, devido ao número de eleitores, essa preocupação não tenha sido vista com tanto cuidado. Segundo ele, o fato de o TSE querer fazer uma eleição mais transparente é muito bom, mas era necessário ter avaliado mas devido às questões logísticas do estado.

“Acompanhei eleições no Acre, no interior, inúmeras vezes o transporte eleitoral chegando atrasado nas sessões de votação por causa de intempéries da natureza, com um ramal com lama e não passava o caminhão ou ônibus, por conta de árvore caída no ramal que não permitia passar o transporte que também pode quebrar”, alerta.

Sena pontua ainda quais os reflexos essa mudança pode gerar no pleito deste ano.

“Suponho que vai haver uma abstenção maior do que nas últimas eleições. Já estamos em abril e até agora não há uma campanha forte do TSE e do TRE para informar o eleitor desta mudança.

Segunda coisa, é a estrutura que existe, ela está pensada para a eleição das 8h às 17h. Toda a logística de mesários, presidente de seção, auxiliares, toda essa logística vai ter que ser mudada. Então, essa mudança vai incidir também na abstenção”.

Por último, ele diz ainda que a mudança pode gerar muita confusão. “A dificuldade que o eleitor vai ter para entender. O TSE vai ter que explicar o porquê dessa uniformização que gera uma mudança na cultura política das pessoas”, finaliza.

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Impasse

O governador do Acre chegou a dizer que ia recorrer da decisão, porque a população acreana vive uma realidade diferente das demais regiões do país e isso precisa ser levado em consideração no processo democrático, que é a eleição.

“Brasília não pode tomar decisão de mudar o horário de uma eleição, que é o fortalecimento da nossa democracia, com a realidade de Brasília. Vivemos em uma realidade diferente aqui no extremo Norte. É inadmissível, sou totalmente contra, não podemos aceitar isso. O Estado vai tomar todas as medidas cabíveis judiciais para que isso não aconteça”, chegou a dizer na época.

Nesta sexta-feira (8), a assessoria dele informou que o chefe de Estado chegou a se reunir com presidente do TRE, mas o horário foi mantido.

A mudança também não agradou aos deputados, que aprovaram uma moção de protesto contra a mudança no horário de votação nas Eleições de 2022. Além disso, a presidência do TRE-AC também se manifestou contra uniformização nacional do horário de votação, mas disse que o horário novo vai ser mantido.

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