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RIO BRANCO
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GERAL

Artista do Acre que ficou cego de um olho após ser agredido com chave de fenda pede indenização de mais de R$ 330 mil

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Ainda a espera de um desfecho sobre processo de lesão corporal, o artista acreano Pedro Lucas Araújo, que perdeu a visão esquerda depois de ter o nervo óptico atingido por uma chave de fenda, entrou com ação de danos morais, materiais e estéticos contra o suspeito do crime e outras três pessoas.

A ação indenizatória foi ingressada em fevereiro e, no último dia 12 de abril, a juíza Olívia Maria Alves Ribeiro determinou que fosse marcada audiência de conciliação por videoconferência sobre o caso.

O caso ocorreu no final do mês de maio de 2021 depois que o jovem viu um amigo apanhando e tentou apartar a situação. Ao entrar na confusão, ele levou um golpe ‘mata-leão’ e o autor, não satisfeito, pegou uma chave de fenda e empurrou contra seu olho esquerdo.

O jovem foi parar no Pronto-socorro de Rio Branco, onde ficou internado por um dia. Dois meses depois do episódio, ele teve o diagnóstico de que não iria voltar a enxergar com o olho que foi atingido. Ele ainda chegou a viajar para São Paulo, em busca de uma segunda opinião, mas apenas teve o diagnóstico confirmado.

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No processo, o artista pede que seja ressarcido pelos mais de R$ 2,3 mil que gastou com despesas médicas, além do pagamento de dano moral no valor de R$ 30 mil e dano estético de R$ 300 mil.

Entre os réus estão o comerciante Rui Barros Vieira, que foi denunciado pelo crime de lesão corporal contra o jovem; o corretor de imóveis Ronney Cavalcante de Mendonça, denunciado por disparo de arma de fogo em local indevido, além de três pessoas que estariam no local do crime e, segundo a vítima, teriam contribuído para os fatos.

Ao g1, tanto Rui Barros como Ronney Cavalcante disseram que preferem se manifestar sobre o caso somente no processo.

O artista disse que, após receber laudo médico confirmando a perda permanente da visão do olho esquerdo, ele não teve mais possibilidade de tratamento.

“A visão realmente não volta, é irreversível, não tem nenhum tratamento que eu possa fazer. O que tenho feito é o tratamento psicológico, afinal, é um trauma e não tem como acordar no outro dia e estar tudo bem. Acredito e espero que a justiça seja feita, o MP tem sido muito eficiente. Resolvi entrar com essa ação como uma forma de reparação, não tenho outra opção agora. Acredito que o que vai pesar para eles [acusados] é o bolso mesmo. Apesar de que, o maior dano é irreversível, não tem nada que realmente cubra isso”, disse o artista.

Denúncia

O Ministério Público do Acre (MP-AC) ofereceu denúncia contra o comerciante Rui Barros por lesão corporal e contra Ronney Cavalcante em julho do ano passado.

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Com relação a Ronney Cavalcante, o MP-AC chegou a propor um acordo de não persecução penal, mas a defesa dele não aceitou por entender que não havia provas de que ele tivesse efetuado o disparo. Por isso, a Justiça aceitou denúncia contra os dois réus no último dia 31 de março.

Conforme a denúncia, as agressões começaram com uma discussão de Vieira com um outro rapaz, e, depois de trocar xingamentos, iniciaram uma luta corporal. Pedro teria entrado na confusão para ajudar o amigo, quando também foi agredido.

Ainda segundo o MP-AC, Rui Barros apresentou a versão de que dirigiu-se para seu carro a fim de ir embora, contudo, foi perseguido pelas vítimas, daí contou que pegou a chave de fenda no seu veículo.

Já Mendonça negou as acusações e contou que a confusão começou por causa de uma porta do banheiro que os jovens entravam para usar e deixavam aberta. Eles que estavam perto pediam que os jovens fechassem e depois de trocar as ofensas, um deles teria agredido Vieira. Mas, disse que ele saiu e foi embora e em nenhum momento disparou a arma de fogo e que apenas tentou apartar a confusão e não viu que quando o amigo pegou a chave.

Com os custos de consulta e tratamento altos, a família do artista chegou a fazer uma vaquinha para ajudar no custeio das despesas.

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