GERAL
Saiba como funciona o Cordão de Girassol para pessoas com deficiências ocultas
Aos poucos, deficiências, antes pouco ou nem sequer falada, vem tomando notoriedade, isso graças as mães que, em vez de se recuar e esconder seus filhos, lutam por incluí-los na sociedade. Afinal, é isso que o artigo 5º da Constituição Federal fala: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Criado em 2016, em Londres, o Cordão Girassol tem como finalidade identificar uma pessoa com deficiência oculta, ou seja, com autismo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), demência, Doença de Crohn, colite ulcerosa, fobias relacionadas a voos e que pode ter uma crise a qualquer momento.
Cleisa Brasil e Cleiver Lima são pais da pequena Ana Victória Brasil da Cunha Lima, 11 anos, adotada aos nove meses de nascida. Desde que descobriram que a filha tem Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), uma doença congênita provocada pelo consumo de bebidas alcoólicas na gravidez, eles buscam alertar a sociedade sobre os riscos da ingestão do álcool na gestação.
“Eu conheci o Cordão Girassol através de um grupo onde tem mães do Brasil inteiro que tem crianças com SAF. Acontece que como a síndrome está dentro de um espectro, a Victória tem o mais grave e tem algumas caraterísticas físicas que assinalam pra síndrome, porém tem crianças que estão do lado mais leve do espectro e não possuem característica física, mas que, às vezes, são hiperativas, que não conseguem ter muita atenção ou tem algum déficit intelectual e essa deficiência não é aparente”, explica.
A mãe conta ainda que a ideia surgiu no grupo para assinalar as crianças que tem a deficiência de forma mais oculta. Tanto é que Cleisa optou por colocar um crachá no cordão da filha com informações sobre as dificuldades dela.
“Algumas mães relatam que tem estabelecimentos que quando elas chegam com a criança com o cordão girassol os atendentes já tem uma outra postura, já colocam prioridade, se dispõem em ajudar, pois já identificam que aquela pessoa tem uma limitação”, conta, destacando que essa é exatamente a importância que o cordão dá as pessoas com a deficiência oculta.
Cleisa ainda reforça que é importante que haja divulgação e que, quem sabe, o setor do Sistema S (que é um conjunto de organizações que atua no interesse da indústria, do comércio e dos serviços) passem a colocar essa pauta nos cursos que eles oferecem para ajudar que os profissionais tenham essa informação.
“Quando viajei com a Victória de Rio Branco (AC) a São Paulo (SP) observei que no aeroporto da capital acreana ninguém reconheceu, já no de SP. Porém tem lugares que a gente vai que aquilo parece um enfeite. É preciso falar sobre isso”, afirma.
A reportagem do Na Hora da Notícia pesquisou e ainda não há, por falta de divulgação, distribuição gratuita do Cordão Girassol, em Rio Branco, para famílias que tenham pessoa com deficiência oculta. Só é possível fazer aquisição por compra na internet. Quem sabe, a partir desse material o poder público volte os olhos para essa causa.