POLÍTICA
Governos da Colômbia e Paraguai criam gabinete para investigar morte de promotor durante lua de mel
Os governos do Paraguai e Colômbia criaram um gabinete de investigação para a apurar informações sobre a morte do promotor paraguaio Marcelo Pecci, durante lua de mel com a esposa Claudia Aguilera. Em visita oficial, a vice-presidente colombiana e Ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Marta Lucía Ramírez de Rincón, chegou a Assunção nesta quinta-feira (19).
Conforme anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, a visita busca “transmitir toda a solidariedade e cooperação na investigação do atentado que custou a vida do procurador Marcelo Pecci e no combate ao crime organizado”.
Entre os governos, o esclarecimento sobre a morte de Pecci é cuidado com empenho. O Ministro do Interior do Paraguai, Federico González, disse que o núcleo trabalha com inúmeras linhas de investigação e disse que “em breve” terão novidades sobre o crime.
“Integrantes da Polícia Nacional estão na Colômbia desde aquele primeiro dia, acompanhando, acompanhando e participando de todo este processo, com as autoridades investigativas da Polícia Nacional da Colômbia, bem como policiais colombianos no Paraguai, vendo os elos de ligação entre nossos país e o que aconteceu na Colômbia”, disse González.
A vice-presidente da Colômbia deve cumprir uma agenda extensa no Paraguai. A representante deve conversar com chanceleres e coordenadores de investigações do alto escalão paraguaio.
Para Colômbia e Paraguai, o principal objetivo do gabinete é combater o crime organizado. “Sempre foi uma prioridade para o Governo Nacional lutar contra o crime organizado transnacional, o narcotráfico e todos os casos de assassinos de aluguel que infelizmente aconteceram em Pedro Juan Caballero e, ultimamente, em Assunção”, relembrou o representante do governo do Paraguai sobre o caso do prefeito de Pedro Juan Caballero que foi baleado em atentado.
Investigações sobre a morte de Pecci
As investigações da morte de Pecci estão concentradas na Colômbia. A região paradisíaca, onde o promotor foi assassinado, está cercada pela polícia. Apenas os clientes do hotel têm acesso, e isso explica por que os criminosos vieram pelo mar. Os atiradores estavam numa moto aquática, alugada numa praia vizinha.
A polícia divulgou um vídeo, gravado por uma câmera de segurança, do exato momento em que um dos suspeitos aluga o veículo numa barraca na região de Playa Blanca. Ele está de chapéu, óculos escuros e usa uma roupa preta.
Os funcionários relataram à polícia que a dupla alugou a moto aquática por 30 minutos, mas contaram que a mesma foi devolvida logo depois, em 15 minutos.
A rapidez da ação levantou uma nova suspeita, e os investigadores acreditam que haja ainda um terceiro participante no crime, que estaria na praia privativa do hotel monitorando a movimentação do promotor. Segundo testemunhas, os criminosos pareciam já saber a posição de Pecci na areia.
Marcelo Pecci foi atingido nas costas e no rosto. O promotor morreu na hora.
Morte
O promotor encarregado pela unidade do Ministério Público que processa pessoas ligadas ao crime organizado no Paraguai, Marcelo Pecci, foi assassinado no dia 10 de maio na Colômbia.
Ele estava em viagem de lua de mel na ilha de Barú, perto de Cartagena de Índias.
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, confirmou a morte em uma rede social: “O covarde assassinato do promotor Marcelo Pecci na Colômbia deixa toda a nação paraguaia de luto. Condenamos, da maneira mais enérgica, esse trágico incidente e redobramos nosso compromisso de lutar contra o crime organizado”, disse ele.