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GERAL

No Acre, inadimplência com conta de água e luz é o dobro de banco, cartão e comércio

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A Serasa atualizou os dados do Mapa da Inadimplência para o mês de março, confirmando que a maior fatia do bolo do endividamento no Acre são das chamadas “utilities”, contas atrasadas de água, luz e outros serviços.

A palavra é inglesa e pode ser traduzida para ´serviços de utilidade pública´. Ou seja: o acreano maior de idade deve muito a bancos, cartões de crédito e no comércio varejista mas não tanto quanto ao serviço público. As utilities são 57% das dívidas; os cartões, 12,60%; telecom, 5,70%; e o varejo, 14,60%.

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Na Amazônia, os acreanos só perdem para os amapaenses em inadimplência de utilities. No Amapá, 65,40% da população estão devendo conta de água, luz e outros serviços.

Em março passado, a diretoria do Serviço de Abastecimento de Água de Rio Branco (Saerb) chegou a afirmar que um dos problemas mais graves da gestão era com relação à inadimplência, que chegava a ser de 50%. Por isso, as ações de cobrança seriam intensificadas.

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A reportagem não localizou gestores municipais para atualização dos dados. O Serviço Estadual de Água e Saneamento (Saneacre, antigo Depasa), compilou, com exclusividade para o ac24horas, dados acerca do faturamento e da inadimplência revelando que o rombo oscilou em níveis altos em meio à pandemia na capital e no interior em 2021, antes da reversão do sistema em Rio Branco: no passado foram faturadas R$74.389.675,08 em contas de água em todo o Estado do Acre -e apenas R$ 34.354.420,43 foram arrecadados. Ou seja: a inadimplência, tecnicamente chamada no Saneacre de ´perda de arrecadação´ ficou, no geral, em 53,82%. Só interior os inadimplentes são 60,73% dos usuários.

“Vale ressaltar que apenas 40% da água que produzimos é faturada. Desse faturamento, apenas entre 30% e 40% entra como receita. A inadimplência é gigantesca e aumentou na pandemia”, disse Jader Maia, diretor de Administração e Finanças do Saneacre. O órgão avalia dificultar a vida dos inadimplentes mas cortar o fornecimento, segundo Maia, não é simples. Um recadastramento de usuários deve trazer alguma luz nessa luta.

A inadimplência de 2021 é um pouco menor que em 2020, quando a taxa chegou a 62,10%.

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De seu lado, a Energisa, outra concessionária de serviço público, realiza periodicamente campanhas contra a inadimplência na conta de luz.

Viver se arrastando com os grilhões da inadimplência não é exclusividade do acreano mas assola o Brasil nestes tempos difíceis. Divulgado no último dia 16 de maio, levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que quatro em cada dez brasileiros adultos (38,45%) estavam negativados em abril de 2022 – o equivalente a 61,94 milhões de pessoas. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 5,59% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil informam que a variação anual observada em abril deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de devedores cresceu 0,46%.

Com o desemprego de mais de 14% e as seguidas perdas de renda, o trabalhador do Acre cada vez se vê na encruzilhada de comprar comida ou pagar as contas.

Está sobrando mês no salário.

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