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“Me escondi pra chorar”, diz servidor do PS ao ver criança morrer após sete paradas cardíacas
Após notícias de mortes de crianças que dão entrada no Pronto-Socorro de Rio Branco com crise respiratórias, o Na Hora da Notícia conversou com um funcionário que afirmou o caos no setor pediátrico da unidade.
Segundo o funcionário, todos os dias chegam crianças necessitando de atendimento médico de urgência. “O trauminha está cheio com pequenos entubados, os leitos estão lotados, enfermeiras e técnicas, que ficam no setor, estão surtando literalmente. Não tem uma que não relate não estar aguentando mais”, conta.
O servidor disse ainda que nesta terça-feira, 7, uma criança de dez meses veio a óbito, após sete paradas cardíacas.
“Quando vi o corpo sendo levado ao necrotério eu fui para o banheiro me esconder para poder chorar. Cenas assim afetam nosso emocional, essa parte a faculdade não ensina a lidar e eu sou humano. Impossível presenciar algo assim e não ser um impacto ao meu psicológico”, desabafou.
Ainda nesta terça a secretária adjunta de saúde, Adriana Lobão, esteve no PS para averiguar a situação, que a população considera crítica.
Uma mãe relatou em suas redes sociais que perdeu a filha no final de abril depois de ser encaminhada da Upa do Segundo Distrito para o Pronto-Socorro, onde, segundo ela, não tinha leito.
A mãe disse, inclusive, que precisou comprar medição que não tinha na unidade. “A tarde depois de ouvir médicos reclamando por várias vezes por conta da lotação e por falta de leito na UTI, minha filha faleceu. Ela chegou lá apenas com uma síndrome respiratória sem explicação, como não havia leito para tratarem ela perdi minha filha”, lamentou a mulher.
A reportagem procurou a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) que informou que a secretária de saúde, Paula Mariano, concederá coletiva a imprensa nesta quarta-feira, 8, no PS, para falar a questão da falta de leitos e síndromes respiratórias.