BRASIL
PM que matou a irmã alegou ‘problemas de relacionamento’
Ouvida na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) pouco depois de abrir fogo contra a própria irmã, a soldado Rhaillayne Oliveira de Mello, presa em flagrante pelo próprio marido — o também PM Leonardo de Paiva Barbosa —, contou que “já tinha diversos problemas de relacionamento” com a comerciante Rhayna Oliveira de Mello. O crime aconteceu na manhã do último sábado, em um posto de gasolina no bairro Camarão, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
No auto de prisão em flagrante, assinado pelo delegado-adjunto Wilson Luiz Palermo Ferreira, consta que, “mesmo ciente dos seus direitos constitucionais e legais, dentre os quais o de permanecer em silêncio, a autora narrou sua versão dos fatos, corroborando o que já havia sido dito pelo próprio companheiro”. No documento ao qual O GLOBO teve acesso, Rhaillayne também relata que “no momento dos fatos foi vítima de diversos xingamentos” por parte da irmã.
Ao prestar depoimento na DHNSGI, a PM chegou a aparentar descontrole em diversos momentos. Do lado de fora da especializada, era possível ouvir gritos de Rhaillayne : “Quero a minha irmã de volta”, repetia ela. Também ouvido na especializada, Leonardo contou que a esposa vinha se mostrando nervosa e “claramente sem paciência” nos últimos tempos.
No auto de prisão em flagrante, assinado pelo delegado-adjunto Wilson Luiz Palermo Ferreira, consta que, “mesmo ciente dos seus direitos constitucionais e legais, dentre os quais o de permanecer em silêncio, a autora narrou sua versão dos fatos, corroborando o que já havia sido dito pelo próprio companheiro”. No documento ao qual O GLOBO teve acesso, Rhaillayne também relata que “no momento dos fatos foi vítima de diversos xingamentos” por parte da irmã.
Ao prestar depoimento na DHNSGI, a PM chegou a aparentar descontrole em diversos momentos. Do lado de fora da especializada, era possível ouvir gritos de Rhaillayne : “Quero a minha irmã de volta”, repetia ela. Também ouvido na especializada, Leonardo contou que a esposa vinha se mostrando nervosa e “claramente sem paciência” nos últimos tempos.
Na análise, o perito afirma também que a policial apresentou hematomas “condizentes com a autolesão relatada”. O profissional enumerou, então, os machucados sofridos por Rhaillayne: “Tumefação frontal, equimose e tumefação em terço distal do antebraço esquerdo, face antero-medial, ausência da unha do 5º dedo da mão esquerda”.
Assinado pelo mesmo perito legista, o laudo de exame de necropsia realizado no cadáver de Rhayna mostrou que ela morreu em decorrência de um disparo de arma de fogo no tórax. No documento do Instituto Médico-Legal (IML), é apontado que ela sofreu hemorragia interna, além de lesões pulmonar e vascular após ser baleada pela irmã. O documento aponta que o projétil da pistola ponto 40 pertencente à Secretaria de Polícia Militar foi encontrado na região dorsal direita da vítima.
Rhaillayne só conseguiu ingressar na Polícia Militar por força de decisões judiciais. Após prestar concurso em 2014, a aspirante a PM acabou reprovada na etapa de Exame Social e Documental, também chamada de “pesquisa social”, quando aspectos da vida pregressa do candidato são avaliados. Um documento de 2018 do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças obtido pelo GLOBO indica que a própria Rhaillayne informou que “já fez uso de substância tóxica por três vezes em festas rave”, situações nas quais teria ingerido “maconha, LSD, ecstasy e MD”.
Após ser impedida de integrar as fileiras da corporação, Rhaillayne entrou com uma ação na Justiça contra a decisão. “Em relação à alegação de uso de substâncias entorpecentes, a autora agiu de forma totalmente transparente e honesta ao responder a pergunta realizada pelo pesquisador, momento em que afirmou ter feito uso de substâncias entorpecentes POR APENAS TRÊS VEZES NO ANO DE 2013”, pondera a petição apresentada pelos advogados da candidata. “Tal posicionamento de expor o ocorrido anteriormente demostra o seu caráter, o sentimento de agir com a verdade e retidão com o que preceitua, acreditando-se que não estaria devendo nada à Justiça ou a qualquer outro órgão”, prossegue a defesa, cuja tese acabou prevalecendo nos tribunais.
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Fonte: IG Nacional