GERAL
Botox no pênis: conheça os riscos do procedimento estético que cresce no país
Não é novidade que o Botox é um dos procedimentos estéticos mais cobiçados por homens e mulheres no mundo. Segundo estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês),ele é o procedimento não cirúrgico mais realizado no mundo, correspondendo a 43% do total de buscas. A substância é amplamente utilizada para amenizar linhas finas e reduzir a sudorese de regiões, como as axilas.
Entretanto há quem use em regiões nada convencionais como o órgão genital masculino. Sim, o pênis. E a prática tem conseguido muitos adeptos ao redor do país apesar de não ter comprovação e nem recomendação médica.
Segundo o doutor e urologista Roni Fernandes, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, o uso da toxina botulínica para o aumento do pênis não tem indicação médica.
— A toxina botulínica tem uma ampla utilização na medicina com estudos comprovados. Ela pode ser usada nos órgãos genitais femininos, por exemplo, para a contração da vagina, o chamado vaginismo. Nos órgãos masculinos ela pode ser aplicada debaixo da pele do escroto para relaxar a musculatura, ou quando os homens tem dor na hora da ejaculação — explica Fernandes em entrevista ao GLOBO.
O vice-presidente é enfático ao dizer que não há estudos que comprovem a utilização do Botox para aumento peniano, mas que já está em curso estudos na utilização da toxina para disfunção erétil, entretanto, as pesquisas ainda são pequenas e não há comprovação médica para tal.
Riscos
O especialista afirma que a parte interna do pênis é formado por canais vasculares (Sinusóides) , cheios de sangue e que ao ser injetado uma substância não recomendada para este local e não comprovada pela medicina pode levar a agravamentos severos para o homem.
Desde infecções generalizadas, doenças relacionadas a toxina, fibroses e a perda total da funcionalidade do pênis e, consequentemente, a complicações mais graves.
— Não há motivos para utilizar essa toxina para o aumento do órgão. Há outros caminhos e medicamentos, como o Viagra, que tem estudos e é indicado para essa situação. Há estudos também com ácido hialurônico e gorduras, mas a Sociedade Brasileira de Urologia não indica esse tipo de tratamento — diz.