TECNOLOGIA
Meta divulga seu 1º relatório de direitos humanos, mas não cita Brasil
A Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, divulgou nesta quinta-feira (14) seu primeiro relatório sobre direitos humanos. O documento, que agora deve ser publicado anualmente, vem após anos de acusações de que a empresa não teria dado a devida atenção a casos de violência no mundo real estimulados por discurso de ódio que circula em suas plataformas.
Casos bastante marcantes, como os da Índia e de Mianmar , aparecem no relatório, que resume como a Meta lidou com os casos de disseminação de discurso de ódio nos países.
O documento, que abrange os anos de 2020 e 2021, cita ainda eleições a respeito das quais a empresa tomou medidas específicas para garantir a integridade eleitoral. O relatório cita as eleições dos Estados Unidos e de Mianmar em 2020, além da preparação para as eleições presidenciais das Filipinas de 2022.
“Em países identificados (e eleições prioritárias), tomamos um cuidado personalizado, mitigamos riscos, agimos rapidamente para iniciar o processo para remover conteúdo que viole nossas políticas e tomamos medidas de proteção, incluindo a implantação de suporte específico no país. Desde 2018, este trabalho tem sido liderado por equipes com experiência em direitos, discurso de ódio, proteção de mulheres e crianças, desinformação e polarização. Muitos viveram ou trabalharam em países de alto risco e falam idiomas relevantes”, diz um trecho do relatório.
Em 83 páginas de documento, o Brasil não é citado. Nem as eleições municipais de 2020 nem as presidenciais deste ano aparecem no relatório da Meta. Além disso, a empresa afirma que, no ano passado, contratou moderadores de conteúdo em 12 novos idiomas, mas nenhum esforço específico em melhorar a moderação de conteúdo em português é citado pela companhia.
Em visita ao Brasil na última semana , Frances Haugen, ex-funcionária e delatora do Facebook, responsável por vazar os Facebook Papers no ano passado, disse que a Meta não dá a devida atenção as eleições do país. “O Brasil merece o mesmo nível de investimento que houve nos Estados Unidos, ou ainda maior, já que o processo eleitoral brasileiro depende muito mais dos aplicativos da empresa do que o norte-americano”, argumentou ela, em audiência pública na Câmara dos Deputados, lembrando da importância do WhatsApp no contexto eleitoral do Brasil.
Fonte: IG TECNOLOGIA