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POLÍTICA

Bolsonaro faz “palavra-cruzada” para associar PT ao PCC

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O presidente Jair Bolsonaro manuseia aparelho celular durante cerimônia no Palácio do Planalto; nesta 3ª, publicou em sua conta no Twitter "palavra-cruzada" contra decisão do ministro Alexandre de Moraes

Sem citar os nomes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em sua conta oficial no Twitter uma série de palavras-cruzadas para associar o petista ao grupo conhecido como 1533 em São Paulo. A publicação desta 3ª feira (19.jul.2022) é uma ironia à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de determinar a exclusão de publicações nas redes sociais com notícias falsas envolvendo a ligação entre o PCC, o PT e o assassinato do  então prefeito de Santo André Celso Daniel em 2002….

A decisão de Moraes também mandou apagar conteúdos com montagens envolvendo uma fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva igualando pobres a papel higiênico e sugerindo a existência de uma associação entre o PT, o fascismo e o nazismo.

Eis o que publicou o presidente Jair Bolsonaro:…

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“- Lider da facção criminosa [irraaa] reclama de Jair Bolsonaro e revela que com o Partido dos [irruuu] o diálogo com o crime organizado era “cabuloso”.

– É o grupo praticante de atividades ilícitas coordenadas denominado pela 15a e 3a letra do alfabeto com saudades do grupo do animal invertebrado cefalópode pertencente ao filo dos moluscos”..

Bolsonaro, então, substitui as palavras PCC por “irraaa” e Trabalhadores, de Partido dos Trabalhadores, por “irruuu”. Refere-se ainda ao PT quando escreve “15a e 3a letra do alfabeto”. O presidente corrigiu a publicação posteriormente com o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, no qual o P, de PCC, é a 16ª letra do alfabeto e não a 15ª.

O chefe do Executivo também publica trecho de reportagem da RecordTV com áudio atribuído a Alexsandro Pereira, mais conhecido como Elias. Ele era o tesoureiro da facção criminosa.

 

ENTENDA

Apoiadores do presidente Bolsonaro têm usado a delação premiada do publicitário Marcos Valério para ligar os nomes do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma das principais facções criminosas do Brasil, o PCC.

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Moraes manda bolsonaristas apagarem posts que ligam PT ao PCC

O núcleo bolsonarista busca desgastar a imagem de Lula para reduzir a vantagem do petista nas pesquisas eleitorais. O tema pode ser explorado na campanha presidencial por adversários do PT.

O último levantamento PoderData, divulgado em 6 de julho, mostra que Lula tem 44% das intenções de voto para o 1º turno. Bolsonaro tem 36% (mais informações sobre a pesquisa no fim deste texto).

No entanto, no domingo, a decisão de Moraes atingiu conteúdos publicados por aliados do presidente, como os deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP), o senador e filho do chefe do Executivo, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Governistas classificaram a determinação de Moraes como “injusta” –leia aqui as reações..

PCC VOLTA À TONA

O assunto PT-PCC voltou à tona em 1º de julho de 2022 depois de o site da revista Veja publicar trechos de depoimento em que o publicitário afirma ter ouvido de um dirigente petista como funcionava suposta relação entre o partido e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A facção teve origem em São Paulo e depois ramificou-se para outros Estados.

A reportagem diz que, na versão de Valério, o empresário Ronan Maria Pinto chantageava Lula para não revelar um suposto esquema de arrecadação ilegal de recursos para petistas.

O publicitário teria dito que ouviu de Silvio Pereira, à época secretário-geral do PT, que Ronan ameaçava divulgar que o partido recebia recursos clandestinamente de empresas de ônibus, transportadores irregulares de passageiros e de bingos. No último caso, haveria lavagem de dinheiro do PCC.

Valério também afirmou que Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André assassinado em 2002, teria um dossiê sobre quais petistas recebiam financiamento ilegal. O suposto dossiê nunca apareceu.

É comum adversários políticos do PT ligarem o partido à morte do antigo prefeito de Santo André….

As afirmações do publicitário, pelo menos até agora, não foram provadas. O Poder360 não conseguiu ter acesso aos vídeos da delação citadas pela revista Veja, mas comprovou serem de fato do processo em que Marcos Valério fez os relatos.

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