POLÍTICA
Ucrânia tira Lula de lista de acusados de promover narrativas pró-Rússia
A Ucrânia removeu o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de uma lista do governo que elenca “oradores que promovem narrativas em consonância com a propaganda da Rússia”.
O petista havia sido incluído na lista pelo Centro para Contenção de Desinformação, entidade criada pelo presidente Volodymyr Zelensky com o objetivo de enfrentar o que Kiev considera fake news e manipulações por parte de Moscou.
O UOL consultou a plataforma WaybackMachine, que funciona como uma espécie de arquivo de sites na internet, e constatou que, às 9h57 de ontem, o petista ainda estava na lista do governo ucraniano.
Outra captura feita pela plataforma às 18h13, porém, já não mostrava mais o ex-presidente na lista. A versão atual da lista do Centro para Contenção de Desinformação segue sem o nome de Lula.
No site oficial do órgão da Ucrânia, não há uma explicação pública para o nome do ex-presidente ter sido removido. O UOL entrou em contato com a entidade, mas ainda não teve retorno.
Na segunda-feira (25), Lula era o único brasileiro na lista de 78 pessoas elaborada pelo governo ucraniano, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. O ex-presidente havia sido incluído por dois motivos. O primeiro, segundo a Ucrânia, foi por ele ter dito que a Rússia deveria liderar uma nova ordem mundial. O segundo foi pelo petista dizer que Zelensky é tão responsável quanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela guerra entre os dois países.
Não há registros de que Lula tenha feito a primeira afirmação.
“Vejo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudindo de pé por todos os parlamentos (do mundo). Esse cara é tão responsável como Putin. Porque em uma guerra não há somente um culpado”, disse Lula, no início de maio, em entrevista publicada pela revista Time.
Na ocasião, o petista também afirmou que o ucraniano tem um comportamento “um pouco esquisito”.
“Parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação”, disse.