SAÚDE
Reino Unido quer exigir prescrição médica para preenchimento labial
A Comissão de Saúde e Assistência Social do Reino Unido está preocupada com os riscos” ligados à insatisfação com a imagem corporal” da população. Em um relatório sobre o assunto, os parlamentares pedem que imagens alteradas com Photoshop publicadas por influenciadores nas redes sociais venham com um alerta sobre a modificação, pedem novos padrões de treinamento para profissionais que realizam procedimentos estéticos minimamente invasivos e solicitam que preenchimentos sejam feitos apenas com prescrição médica.
Segundo o comitê, o impacto da imagem corporal na saúde mental e física é “amplo” e o governo “não está fazendo o suficiente para entender a escala dos riscos” ligados à insatisfação com a imagem corporal. Eles afirmam que o padrão estético disseminado pela divulgação de imagens alteradas digitalmente contribuem para o desenvolvimento de transtorno dismórfico corporal, uma doença psiquiátrica, na qual a pessoa tem uma percepção distorcida de sua imagem corporal e uma preocupação com um defeito imaginário na aparência.
Em relação à exigência de um treinamento mínimo para a realização de procedimentos estéticos, o presidente do comitê, o ex-secretário de saúde Jeremy Hunt, disse que “o governo deve agir com urgência para acabar com a situação em que qualquer pessoa pode realizar procedimentos cosméticos não cirúrgicos, independentemente de treinamento ou qualificação. Ouvimos algumas experiências angustiantes — uma abordagem de procedimentos realizados sem perguntas, procedimentos que deram errado e o uso de instalações imundas”.
Atualmente, profissionais de estética não precisam de nenhuma qualificação obrigatória para realizar procedimentos minimamente invasivos. Isso significa que qualquer pessoa pode fazer um curso e depois realizar preenchimento dérmico. A procura por esses procedimentos ganhou tração nos últimos anos, à medida que muitas mulheres jovem querem se parecer com celebridades como Kylie Jenner e Kim Kardashian. A tendência é alvo de preocupação de especialistas preocupados, que acreditam que os britânicos são vítimas de uma indústria estética cosmética pouco regulamentada.
O relatório também pede que mais ações sejam colocadas em prática para combater a obesidade e ajudar a prevenir que as crianças desenvolvam problemas de imagem corporal no início da vida.
Tom Quinn, diretor de assuntos externos da Beat, instituição de caridade para distúrbios alimentares, parabeniza a proposta do Comitê de Saúde e Assistência Social e afirma que “embora ver publicidade irresponsável ou imagens de mídia social não seja a única causa do desenvolvimento de um transtorno alimentar, a pressão para se adaptar a uma forma ou tamanho corporal específico pode ter um efeito incrivelmente prejudicial na autoestima e no bem-estar, principalmente em pessoas mais jovens”.
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Fonte: IG SAÚDE