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Starlink: após anúncio de Elon Musk, escola do AM recebe internet
Quatro meses após o bilionário Elon Musk anunciar internet via Starlink para 19 mil escolas rurais do país, uma unidade de ensino do Amazonas recebeu a tecnologia. A ativação do sinal ocorreu na quinta-feira (22), em uma escola localizada na zona rural de Careiro da Várzea, na Região Metropolitana de Manaus.
De acordo com o Ministério das Comunicações, outras duas unidades de ensino no Amazonas devem participar do projeto piloto do sistema Starlink, empresa do grupo SpaceX. Contudo, a pasta não informou quando essas escolas receberão a internet via satélite.
Em visita ao estado, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que foram investidos quase R$ 10 bilhões para instalação do gateway [a porta de entrada] da Starlink em Manaus. As operações do satélite de baixa órbita que vai levar uma conexão de internet mais rápida às respectivas escolas.
“É um investimento alto, mas que faz com que as pessoas possam se realizar. Eu me realizo como ministro ao saber que estão conectando as escolas e essas crianças que ontem não tinham nada, imagina pro dono da empresa, isso é algo extraordinário”, enfatizou o ministro das Comunicações.
O ministro não esclareceu se o valor investido partiu de doações de Elon Musk ou de verbas do governo federal. O g1 tentou contato com o Ministério das Comunicações para obter mais informações sobre o assunto, mas a pasta não respondeu até a publicação desta reportagem.
Ainda, segundo Faria, a velocidade do sinal de internet instalada na escola do Careiro da Várzea é maior do que a da rede de internet móvel 4G. A unidade educacional conta apenas com dez computadores que foram recebidos como doação do Instituto Descarte Correto. Ainda, a escola passou a ter um laboratório de informática para os 167 estudantes dos ensinos fundamental e médio.
A instalação da internet via satélite da companhia do homem mais rico do mundo acontece dois anos após outras comunidades ribeirinhas do Amazonas, situadas no Rio Negro, receberem acesso à rede por meio de outras instituições, utilizando outras tecnologias de acesso à rede.
Outro ponto é que a internet via Starlink prevê conectividade apenas para as escolas contempladas, deixando de fora os moradores das comunidades onde as unidades de ensino estão instaladas.
De acordo com o Ministério das Comunicações, a instalação na escola do Amazonas faz parte do projeto “Brasil Conectado”. O ministro Fábio Faria visitou a unidade Careiro da Várzea em companhia da presidente da Space X, Gwynne Shotwell. Elon Musk participou do evento por chamada de vídeo.
A Escola Estadual Antônio Ferreira Guedes está localizada na comunidade Boca do Gurupá, na Zona Rural do município de Careiro da Várzea, na Região Metropolitana de Manaus.
Segundo o ministro, a Starlink chegou à escola por meio de uma doação de Elon Musk. Ele teria visto fotos da instituição de ensino e se interessado em investir no local.
“Esse satélite na escola foi uma doação da Starlink. Uma doação para três escolas para fazer o teste. Quando eu falei com Elon Musk pela primeira vez, ele disse que o que o move é isso, poder chegar em comunidades ribeirinhas, comunidades indígenas, levar conexão em lugares remotos. É um investimento alto, mas que faz com que as pessoas possam se realizar”, afirmou o ministro.
O ministro disse que o satélite da Starlink está sendo instalado em escolas onde não é possível levar internet por meio de fibra ótica. Não foi explicado se outras tecnologias de acesso a internet, como o 5G ou o 4G, teriam a possibilidade de ser levadas para estes locais.
Em maio, Elon Musk anunciou, via Twitter, que lançaria a rede Starlink para conectar 19 mil escolas em áreas rurais e monitorar a Amazônia. No mesmo período ele se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o ministro das Comunicações Fábio Farias.
À época, Musk não deu detalhes sobre os serviços que pretende prestar nem quando isso aconteceria. Bolsonaro disse, após o evento, que o acordo era o ‘início de um namoro’ e não informou detalhes, prazos nem valores.
Equipamentos adaptados
A Escola Estadual Antônio Ferreira Guedes, que tem 167 alunos, está localizada na Comunidade Boca do Gurupá, na Zona Rural do município d
e Careiro da Várzea. O acesso da capital Manaus ao local é feito por via fluvial. De acordo com a Secretaria de Educação do Amazonas, esta é a primeira escola do estado a receber internet por meio do Starlink.
São aproximadamente duas horas navegando por rio.
A escola fica em uma área de várzea – região inundada pelos rios.
Feita de alvenaria, a instituição tem o piso suspendo a dois metros do chão. A intensão é deixar o imóvel acima do nível da cheia que atinge a região anualmente.
Uma professora do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) vai auxiliar os alunos no acesso aos computadores.
Outras escolas
Além da escola no Careiro da Várzea, outras duas duas unidades de ensino do Amazonas vão receber a tecnologia nos próximos dias, segundo a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM). São as escolas estaduais Januário Santana e Nossa Senhora do Rosário, situadas nas cidades em Manacapuru, também na Região Metropolitana de Manaus.
Fábio Faria visitou ao Amazonas para falar sobre a tecnologia 5G, prevista para chegar a Manaus no dia 28 de outubro. Segundo o ministro, a nova internet móvel deve chegar em todas as escolas da Amazônia até o fim de 2022.
O ministro afirmou que a instalação “seria um trabalho em conjunto com várias empresas de tecnologia”, inclusive, com a empresa americana ViaSat, operada pela Telebrás, com a qual o Brasil mantém parceria desde 2017 em um programa semelhante ao de Elon Musk.
Como funciona
A Starlink só pôde começar a operar na Amazônia após a instalação de um gateway em Manaus. O gateway é um tipo de torre que serve como “portão de entrada” para o sinal da tecnologia de Elon Musk. A instalação teria custado R$ 1,5 bilhão para a empresa.
Após a instalação do gateway, a conexão das três escolas em localidades remotas iniciou a fase das operações de conexão via satélite de baixa órbita. Os equipamentos e o serviço estão sendo cedidos às escolas pela StarLink.