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GERAL

Juristas pedem para MPF investigar rádios e alegam “interferência” em inserções

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Advogados, juristas e parlamentares entregaram à vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo (foto em destaque), nesta sexta-feira (28/10), um ofício com pedido de abertura de representação do Ministério Público Federal (MPF) para apurar suposto desfavorecimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Por volta das 10h30, um grupo de 10 participantes da iniciativa entregou o documento durante audiência com a vice-PGR no gabinete dela, na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.

“Nosso objetivo com esse ofício é que o Ministério Público exerça suas competências constitucionais para afastar todos os atos que violam a Constituição”, disse o desembargador Eleitoral Jackson Di Domenico, um dos signatários da carta.

A PGR informou que, na audiência, Lindôra Araújo explicou ao grupo que não atua na temática e disse que faria o encaminhamento para eventuais providências.

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O documento foi enviado em seguida para o Ministério Público Eleitoral. Conforme a organização do Ministério Público, cabe ao vice-procurador-geral Eleitoral representar a instituição perante o TSE.

O que diz a carta

Sem dar mais detalhes, Jackson Di Domenico afirmou que todas as informações estão descritas no documento. O desembargador também disse que um ofício similar foi entregue pelo grupo no Senado Federal nesta semana.

“Foram noticiados fatos de interferência indevida no processo eleitoral, desequilibrando-o em favor de um candidato, caracterizada pela não inserção da propaganda eleitoral por inúmeras rádios, nos termos determinados pela própria Justiça Eleitoral”, destaca o texto.

O grupo também cita a exoneração do servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre Gomes Machado, na última quarta-feira (26/10). Ele coordenava área de inserções de propaganda eleitoral na Corte.

“A gravidade dos fatos somada ao abrupto encerramento da denúncia de fraude eleitoral, sem maiores investigações, justifica a representação do MPF, na figura de vossa excelência, para tomar providências cabíveis”, finaliza o documento.

Carta Magna

O movimento ocorre dias após Moraes negar o pedido de investigação feito pela campanha de Bolsonaro para apurar supostas irregularidades na veiculação de inserções eleitorais em rádios do país.

O ministro rejeitou o pedido alegando falta de provas e determinou abertura de investigação para apurar prática de crime eleitoral pela campanha do candidato à reeleição.

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A situação gerou indignação entre bolsonaristas e motivou pedidos de adiamento das eleições por parte de aliados do presidente. No ofício enviado à PGR nesta sexta, a dois dias das eleições, o grupo de parlamentares e juristas pede o “restabelecimento do respeito incondicional e apartidário à Carta Magna” e a garantia “do equilíbrio nas disputas”.

Além de Di Domenico, assinam a carta o procurador regional da República Guilherme Schelb; o juiz federal do TRF1 Antonio Claudio Macedo; e os advogados Rafael Vasconcellos e Felipe Bayma.

Entenda a polêmica

Na segunda-feira (24/10), o ministro das Comunicações, Fabio Faria, disse que rádios do país deixaram de veicular cerca de 154 mil inserções do presidente. A campanha alega que, apenas no Nordeste, teriam sido 29 mil inserções a menos, o que estaria favorecendo o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora as denúncias tenham sido anunciadas à imprensa e ao TSE, não foram apresentados detalhes ou provas das supostas irregularidades. No dia seguinte, a campanha de Bolsonaro indicou oito rádios que não teriam veiculado as propagandas.

A acusação foi contestada pelas emissoras. Em nota publicada nas redes sociais, a rádio Viva Voz FM, de Várzea da Roça (BA), uma das citadas no relatório, mostrou prints de e-mail que comprovam o envio tardio de inserções pela campanha de Bolsonaro. “Na volta à campanha eleitoral do segundo turno, recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 6/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10, como é possível verificar nos prints do e-mail da nossa emissora”, declarou a emissora.

Na quarta-feira (26/10), Moraes determinou a extinção do processo iniciado pela campanha de Bolsonaro. O presidente do TSE considerou a petição inicial inepta, por não trazer provas, e avaliou que o material anexado na  terça-feira (25/10) também não aponta indícios mínimos de irregularidades.

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