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POLÍTICA

As tratativas de Lula com Lira e Pacheco para a Câmara e o Senado

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Lula já voltou a cabeça para articulações envolvendo as eleições às presidências da Câmara e do Senado, que ocorrerão no início do ano que vem. Embora o martelo esteja longe de ser batido, é real a possibilidade de o PT apoiar tanto a recondução de Arthur Lira quanto a de Rodrigo Pacheco para o comando de ambas as casas.

As tratativas mais complexas envolvem Lira, um dos pilares políticos da candidatura de Bolsonaro à presidência da República. Aliados do deputado fizeram chegar ao PT que o alagoano nunca viu Lula como inimigo, mas apenas como adversário na corrida eleitoral deste ano. E que, na presidência da Câmara, não criará obstáculos para pautar matérias consideradas importantes pelo governo. Lula, por sua vez, viu com bons olhos a declaração de Lira reconhecendo a vitória do petista sobre Bolsonaro tão logo o TSE divulgou o resultado oficial.

Um outro componente também foi colocado nas conversas. Se o PT jogar contra a candidatura de Lira, e o deputado se reeleger presidente da Câmara, Lula deverá enfrentar tempos difíceis na Casa. E, mesmo que Lira perca para outro nome apoiado pelo PT, ainda assim deverá ocupar um posto de destaque, como a liderança de uma robusta bancada de deputados.

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No PT, a única certeza é que o partido não terá candidatura à presidência da Câmara. A avaliação é que o passado mostra que o desgaste da disputa não fez bem ao partido, como quando Eduardo Cunha, então no MDB, derrotou o PT no governo de Dilma Rousseff. Petistas afirmam que há tempo para negociar e que não haverá açodamento para decidir por Lira ou por outro candidato.

Em relação à presidência do Senado, a situação é um pouco menos complexa. Rodrigo Pacheco, do PSD, procurou se distanciar de Bolsonaro ao longo dos últimos meses e tem ótimo trânsito com políticos da esquerda. Caso Gilberto Kassab venha a ocupar um ministério no governo de Lula, as chances de o PT apoiar Pacheco serão ainda maiores.

Nesta quarta-feira, Flávio Dino afirmou à coluna que tanto o PT quanto o seu próprio partido, o PSB, terão que abrir mão de espaço no governo para atrair partidos como PSD, MDB e União Brasil.

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