RIO BRANCO
Shopping Popular: “As vezes não ganho nem o dinheiro do almoço”
Construído com o propósito de abrigar quase 500 comerciantes que ganhavam a vida no centro de Rio Branco vendendo os mais variados produtos em barracas improvisadas e de forma irregular, o Shopping Popular Aquiri sempre foi visto pelos comerciantes como fantasia.
Passado mais de um ano, o que era apenas desconfiança se tornou realidade. Hoje, o local é desprezado pelos clientes e algumas lojas não vendem o suficiente para se quer, manter com dignidade os donos dos empreendimentos.
Como o caso da camelo Maria José, que tem como única fonte de renda a venda no local, mas com a baixa procura e para não passar por necessidade, precisou inventar uma nova estratégia.
“Eu produzo, pego os meus materiais e saio para vender em outro lugar”, afirmou.
Já a comerciante, Francisca Lima, sua realidade é um pouco mais difícil. “Passo o dia aqui e as vezes não ganho nem o dinheiro do almoço”, comentou
A situação de conflito levou o videomaker do ac24horas, Kennedy Santos, até a área para conversar com alguns dos poucos lojistas que ainda não desistiram, mas que também não aceitam as taxas e cobranças da nova empresa que administra o espaço.
“Com essa mudança de permissionário para locatário muda tudo, porque fizemos investimento, parcelamos de várias vezes e vai ocasionar que não teremos clientes o suficiente para ter lucro e pagar o que se deve”, disse o empresário Aldair Oliveira.
Santos caminhou pelos corredores e conversou com diversas pessoas, entre elas a nova a nova administradora, Fabíola Moreira, que explicou o porque dos valores que serão cobrados.
“A prefeitura desde a inauguração do shopping, vem arcando com todas as despesas, entre funcionários, segurança, matéria de limpeza, luz e água e isso é um gasto enorme. Pelo tamanho daqui, gasta-se pelo menos R$ 150 mil mensais. E agora vamos assumir todos esses custos. Então as pessoas tem que entender que o shopping precisa de orçamento”, apontou.
A obra custou aos cofres públicos mais de R$ 22 milhões, começou em 2013 e foi concluída em 2020, mas possui problemas de infraestrutura, como a cobertura, que não auxilia na proteção contra o sol e chuvas. De acordo com a nova administração, já está sendo feito um planejamento para esta mudança.