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Da periferia ao doutorado no RJ: Conheça a história do acreano que saiu do bairro Conquista e se tornou doutor em Linguística Aplicada

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A história que vamos falar a seguir não se trata de um doutor com graduação em direito ou medicina, mas de um graduado em letras inglês e espanhol. Marcelo Leal Lima, 31 anos, filho de uma zeladora e um auxiliar de serviços gerais, nasceu na periferia de Rio Branco (AC), no bairro Conquista, estudou todonb o ensino regular em escola pública e essa condição não foi empecilho para que ele realizasse seu grande sonho de se tornar doutor.

Marcelo diz que sempre almejou crescer profissionalmente, e após concluir a graduação em letras inglês pela Universidade Federal do Acre (Ufac), passou em um concurso na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e de lá as portas foram se abrindo para crescer profissionalmente. Claro, como tudo na vida o servidor pagou um preço para alcançar o sonho. Ele precisou mudar de estado, deixar família, amigos e iniciar uma nova vida.

“Foi uma coisa muito rápida, eu era professor no Acre e quando passei no concurso na Unir precisei me mudar as pressas, sem despedidas. Na Unir eu fiz toda minha carreira, fiz especialização linguística e quando terminei o mestrado era secretário executivo. Me concursei de novo e me tornei professor. Após isso, vim para o Rio de Janeiro fazer doutorado de linguística aplicada e, além de doutor, sou linguista aplicado”, conta.

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Foto: Arquivo Pessoal

O professor tem uma trajetória que deve servir de inspiração aos seus alunos e todos a sua volta que tem o desejo de se tronar doutor, mas acha que é impossível. Além disso, Marcelo mostra que o Acre também tem seus talentos.

“Eu acho importante passar essas histórias. Tem muita gente no Acre que estudou, se formou, que tem bons postos e tem salários bons e são frutos da Ufac, que é uma das universidades da região norte mais bem estruturadas. As pessoas subestimam muito a gente e sair do bairro Conquista para concluir um doutorado no Rio de Janeiro é muita coisa, as pessoas estacionam muito por inúmeros motivos. E, geralmente, pessoas da periferia não tem muita chance para crescer”, diz.

Hoje, com a vida estabilizada, Leal é exemplo de que estudar ainda é a melhor opção e abre portas, mesmo que você seja de família humilde e sem condições para isso.

Ele conta também que os pais concluíram os estudos com muito esforço e, inclusive, a mãe terminou o ensino médio faz pouco tempo.

Marcelo disse ao Na Hora da Notícia que, contudo, teve uma infância feliz e não tinha cobrança dos pais, mas ele sempre teve gosto pelos estudos e por volta dos 12 anos de idade ele, além de se estudar e praticar vôlei com os amigos do bairro, também se dedicava a leitura. O professor conta que, nessa época lia em média 50 livros por ano.

“Sempre pratiquei muito voleibol pelo Manoel Julião e Juventus. Fui uma criança feliz. Minhas notas na escola sempre foram entre 9 e 10. Meus pais jamais me pressionaram a estudar, mas eu sempre tive fissura por estudar, aos 12 anos e durante a adolescência eu lia aproximadamente 50 livros por ano. Continuo um pouco assim ainda hoje”, conta.

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Foto: Arquivo Pessoal

O doutor, que defendeu sua tese de doutorado no último dia 16 de dezembro, garante ainda que os estudos abriram portas para ele realizar seus sonhos e conhecer diversas culturas e que durante os quatro anos de doutorado viajou para mais de 110 cidades, além de passar quase quatro meses, no doutorado em educação da Universidade Católica de Manizales, em Manizales, Caldas, Colômbia e que, hoje, integra a rede latino-americana de educação e pesquisa em Ciências Sociais.

“Sinto que cumpri uma missão e que meu trabalho refletirá em ganho cultural e formativo para as pessoas, já que sou formador de professores e professoras de letras. E tenho muito orgulho do percurso que escolhi para chegar até aqui”, conclui.

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