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GERAL

Mãe diz que médica de Brasiléia a orientou pegar um galho e bater no filho autista para melhorar crises

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Foto: ilustrativa

Mônica Freire Barbosa Rodrigues, 33 anos, relata ter tido uma orientação nada comum ao buscar atendimento para o filho Diego Hernán Rodrigues Barbosa, de cinco anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), na unidade de saúde Raimunda Antônia de Araújo Carneiro Lima, no bairro MarcosGgalvao II, em Brasiléia (AC).

Segundo a mãe, ela relatou a profissional que o filho estava apresentando crises constantes após o início do período de férias e a médica teria orientado que ela pegasse um galho e batesse na criança que ele melhoraria.

“Procurei a unidade de saúde quarta-feira [4] passada e em atendimento eu relatei para a doutora que ele estava muita agitado e estava tendo muitas crises depois que parou de estudar. Então ela me respondeu que já que meu filho estava tendo muitas crises eu pegasse um galhinho verde e desse umas três galhadas nele que ele se ajeita. Respondi para ela que uma dessas crises foi em uma Praça e se eu fizesse isso seria presa e perderia a guarda dele. Ela ficou calada e não disse nada”, relatou Mônica.

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Sem acreditar no que ouviu da profissional, que segundo ela faz parte do Programa Mais Médicos e não possui registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), a mãe procurou o secretário de saúde do município, Francélio Barbosa e a coordenadora de atenção básica Caline Torres, para denunciar e que deve como resposta que a médica, no mínimo, responderia um processo e ela ainda teria que provar que a profissional teria dado tal orientação.

“Perguntei dele se ela [a médica] iria continuar na unidade se saúde, já que ela falou daquela forma e eles me falaram que eu teria que provar que ela disse aquilo com meu filho. Ou seja, era minha palavra contra a dela. Eu ainda o questionei sobre ele achar que eu estaria inventando tal situação e ele disse que ele poderia me trocar de unidade para outra, mas a médica ele não trocaria. Pois não seria por qualquer reclamação de qualquer paciente que ele iria ficar tirando médico das unidades”, conta.

Em busca de resposta para o ato, Mônica resolveu ingressar com uma denúncia no Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), como sempre faz em casos que sinta o direito do filho violado. A reportagem entrou em contato com o MP que disse que iria instaurar procedimento de apuração da denúncia.

Mônica destacou que essa não é a primeira vez que o filho sofre preconceito e que em março do ano passado precisou recorrer ao MP, após ter atendimento prioritário negado em uma Casa Lotérica do município.

“Olhei meu processo sobre o caso na Lotérica e vi que o juiz mandou para os órgãos públicos e privados que fosse concedido o direito a atendimento prioritário para pessoas com deficiência. Essa era uma das coisas que também reclamei para o secretário. Que a gente chega na unidade de saúde e não existe atendimento prioritário para qualquer pessoa com deficiência. E eles nunca acataram o que o juiz mandou”, disse.

A assessoria da prefeitura de Brasiléia foi procurada e disse que se manifestaria por meio de nota, mas, até a publicação deste material, não a emitiu.

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