POLÍCIA
Família contesta causa da morte de detento encontrado em cela de presídio do Acre
O detendo Diego Lima da Silva, 32 anos, foi encontrado morto em uma cela do pavilhão D, do Complexo Penitenciário de Rio Branco, no último sábado (21). Segundo certidão de óbito divulgada no domingo (22), a causa da morte seria indeterminada com suposta morte subida.
Porém, a família de Diego contesta a certidão e acredita que o rapaz foi assassinado, vítima de diversas agressões. Segundo informado ao ContilNet pelo advogado da família, Romano Gouvea, Diego estava com vários hematomas espalhados pelo corpo.
“O sistema prisional não aceita os dependentes químicos. Eles são espancados diariamente, pelas leis deles, pelas regras deles. Ele está lá com vários hematomas no olho, com o pescoço todo roxo e o laudo diz que a causa foi desconhecida”, disse.
De acordo com o advogado, a família deverá entrar com uma ação indenizatória alegando omissão do Estado.
“Vai ter uma investigação. Automaticamente quando os crimes são dolosos, isso é aberto. Em suma, a família já vai entrar com uma ação indenizatórias contra o Estado. Quando se adentra ao presídio, a constituição diz que você deve ter garantia a sua integridade física e ele não teve. Se o preso fica doente, ele precisa ser levado ao médico, ele passou mal em uma sexta-feira, com as agressões que ele havia sofrido”, explicou.
Segundo o advogado, há indícios de que o socorro prestado à Diego demorou. Ele criticou a defasagem do efetivo de policiais penais.
“Estamos falando de um lugar distante, lá nós temos poucos policiais penais, fica apenas 1 em um pavilhão que tem 500 presos, daqui que ele saiba que o pessoal bateu grade [quando o detendo pretende avisar ao policiais que algo aconteceu na cela], daqui que ele vá tirar esse preso, daqui que ele vá chamar o Samu, qualquer pessoa que precise de um atendimento de emergência já foi a óbito”, opina.
Alguns boatos circulam nas redes sociais de que Diego seria morador de rua. O advogado nega e diz que o jovem tinha residência, família e um filho de 5 anos de idade.
O caso foi divulgado, inicialmente, pelo site Giro Acreano, e investigado pelo ContilNet.