Ela era considerada uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa, sendo a primeira a escrever uma tese sobre Fernando Pessoa no Brasil —a segunda no mundo. Berardinelli foi eleita para a ABL em 2009, sucedendo Antônio Olinto e se tornando a sétima mulher no grupo.
Licenciada em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na Universidade de São Paulo, doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Faculdade Nacional de Filosofia na Universidade do Brasil e livre-docente de Literatura Portuguesa na Faculdade Nacional de Filosofia, Berardinelli exerceu magistério por mais de meio século.
A escritora foi autora de obras como “Antologia do Teatro de Gil Vicente”, de 1971, “Fernando Pessoa. Obras em Prosa”, de 1975 e “Sonetos de Camões”, de 1980.
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Cleonice Berardinelli foi também professora emérita da UFRJ e da PUC-Rio e deu aulas na Universidade Católica de Petrópolis e no Instituto Rio Branco. Ela ainda foi professora convidada das universidades da Califórnia e de Lisboa.
Ela foi homenageada no cinema no documentário “O Vento Lá Fora”, onde apareceu com Maria Bethânia lendo Pessoa a uma plateia de convidados, e em “Cleo”, onde recitava poemas de cor.
Nascida no Rio de Janeiro em 1916, a autora morou na capital fluminense e em São Paulo. No Instituto Nacional de Música, fez todos os cursos teóricos e se diplomou sob a orientação do maestro Oscar Lorenzo Fernandez, seu professor de piano.
Em São Paulo concluiu o curso secundário e fez, na Universidade de São Paulo, o curso de letras neolatinas, onde foi assistente de Fidelino de Figueiredo. Com uma nova transferência de seu pai, de volta o Rio, a levou a conhecer o então professor da mesma disciplina na Universidade do Brasil, Thiers Martins Moreira.
Em 2014, aos 98 anos, recebeu o Prêmio Faz Diferença na categoria Prosa das mãos dos Acadêmicos Zuenir Ventura e Merval Pereira.