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Dicas para quem vai comprar uma peça de moda de luxo pela primeira vez

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Itens de luxo estão no imaginário de consumo de fashionistas. Além de serem associadas a status e estilo, peças de vestuário, calçados e principalmente acessórios de marcas de luxo são também um tipo de investimento financeiro, afinal, não perdem valor com o passar do tempo. No entanto, esses produtos costumam ter preços altos e inacessíveis para a maior parte da população mundial, em meio ao cenário de desigualdade social. Por isso, quem tem a oportunidade aquisitiva deve escolher com cuidado. Se você está pensando em comprar uma bolsa, uma joia ou um sapato de luxo pela primeira vez, algumas dicas podem ser valiosas.

Critérios para comprar uma peça de luxo

A ideia conceitual por trás do mercado de luxo é a exclusividade, que é mantida pela limitação da quantidade de produtos produzidos e a experiência de compra. “Ao escolher um produto de luxo, é preciso ter atenção ao seu procedimento, ou seja, como e onde foi confeccionado, a qualidade do material, o acabamento, a versatilidade e a atemporalidade do item, além da limitação do número de peças. Esses são pontos que considero agregadores de valor na hora da compra”, indica a fundadora da multimarcas Casa Cipó, Carina Duek.

Antes de gastar com o item, é preciso analisar primeiramente o porquê da compra. “Isso já define, por exemplo, o quanto se está disposto a gastar: é um investimento, uma oportunidade ou apenas um desejo?”, avalia Ana Toledo, diretora de produto e operação da Orit, empresa voltada para o mercado de joias e relógios de segunda mão.

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Você quer comprar para um evento especial ou para usar no dia a dia? O ideal é que se consiga reaproveitar a peça em variados momentos. Segundo Gabriella Constantino, fundadora do e-commerce de seminovos Pretty New, para a primeira vez, é importante optar por um item que não marque uma coleção específica, para que não fique datado.

Alguns fatores devem ser levados em consideração na hora de escolher uma peça de luxo: atemporalidade, autenticidade, durabilidade, praticidade e usabilidade. “A partir do momento que consegue usar a peça muitas vezes, automaticamente o seu custo por uso diminui, uma peça mais cara se torna algo durável e vantajoso”, aponta a CEO do Pretty New.

“Segue um exemplo: em vez de comprar várias bolsas pretas baratas ao longo de cinco anos, pois elas estragam com facilidade, você poderia investir esse dinheiro em uma única bolsa preta de luxo, algo que duraria décadas”, completa Gabriella Constantino.

Os produtos de luxo são conhecidos pelo design impecável e pela alta qualidade, que estende muito a vida útil da peça. No entanto, quando o assunto engloba roupas e calçados, que exigem tamanhos específicos, a lista de critérios aumenta. É o que destaca a diretora de operações da etiqueta de calçados Barreto, Raissa Baeta.

“Quando se trata de sapatos, é preciso se atentar também ao conforto, pois de nada adianta ter um par lindo parado no closet. Para valer o investimento, o ideal é que seja uma peça que você sabe que vai usar bem e, de preferência, usar em mais de um tipo de situação”, aconselha.

Christian Vierig/Getty ImagesMulher branca e jovem segura uma bolsa preta da marca Chanel. A peça é preta e de camaruça e com correntes e os fechos dourados. A mulher usa um blazer preto e um relógio preto, de couro, com o ferragens pratas. - Metrópoles
Itens de luxo são cobiçados e podem até ser um investimento financeiro
Edward Berthelot/GC Images via Getty ImagesBolsa Lady Dior, da marca Dior. A peça é feita em um tecido, com estampa preta e branca, e um pingente dourado com as letras C e D. - Metrópoles
Peças de grifes costumam ser valorizadas, mesmo com o passar do tempo

 

Edward Berthelot/Getty ImagesMocassim preto da Prada no street style - Metrópoles
Para quem vai comprar uma peça de luxo pela primeira vez, é importante considerar uma série de critérios

 

Peças de entrada no luxo

No processo de escolha para o investimento em um produto de luxo, uma das sugestões é começar pelos acessórios, como bolsas e carteiras, além de sapatos. “São um bom investimento em relação ao custo-benefício. É sempre melhor ter uma bolsa ou um calçado de qualidade que posso usar inúmeras vezes do que ter uma grande quantidade de acessórios de fast fashion”, recomenda Carina Duek.

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Peças de entrada seriam os modelos clássicos de cada grife. Gabriella Constantino cita, por exemplo, a bolsa Galleria Saffiano, da Prada; as linhas Marmont e Soho, da Gucci; as bolsas Kelly e Birkin, da Hermès; e a Chanel Double Flap. “Todas as marcas de luxo são um investimento, porém duas marcas se destacam no mercado por estarem valorizando a cada ano: Chanel e Hermès”, revela.

Para adquirir um calçado de luxo pela primeira vez, Raissa Baeta indica uma opção que converse com a personalidade da pessoa, ou seja, que combine com os itens que já estão no guarda-roupa e seja possível adequar ao estilo de vida. Pesquisas sobre como os produtos são confeccionados e quais materiais utilizados também são táticas que ajudam a entender o real valor agregado ao produto, para ter certeza da escolha.

“Em relação aos sapatos, nossa aposta queridinha é o scarpin, por ser um modelo atemporal, mesmo em diferentes apresentações como bico redondo ou bico fino, bem como materiais, a exemplo do couro e do verniz. Os calçados com solado flat também podem ser exuberantes. Além de confortáveis, são adequados para o nosso clima tropical e podem criar diferentes efeitos no look a partir das cores e dos materiais”, sugere a executiva da Barreto.

Se a aposta for uma joia, é válido considerar também se o item é versátil. Será possível usar em uma festa, mas também para ir trabalhar, por exemplo? “Anéis solitários, colares e brincos são ótimas opções para início”, propõe Ana Toledo, da Orit.

Pretty New/DivulgaçãoPessoa branca segurando uma bolsa preta de couro da marca Chanel. Só é possível ver seu braço e ela usa um blazer azul. O fundo é uma parede rosa com cortina - Metrópoles
Bolsas de marcas como Chanel (foto) e Hermès não perdem relevância

 

Jeremy Moeller/Getty ImagesBolsa Birkin, da marca Hermès, na cor verde musgo. Uma mulher branca segura a bolsa. Na foto é possível ver apenas sua mão. - Metrópoles
Por causa da exclusividade, algumas peças, como a Birkin, tornam-se itens de colecionador

 

Christian Vierig/Getty ImagesScarpin com solado vermelho - Metrópoles
Há também modelos clássicos de calçados

 

Mercado de segunda mão

Para quem vai adquirir um item de luxo pela primeira vez, uma peça de segunda mão pode ser uma excelente opção. “O valor é bem mais acessível. Você tem a possibilidade de experimentar o modelo e, se não gostar, revender sem peso na consciência. A pessoa acaba estendendo a vida útil da peça, reduzindo seu impacto ambiental e consumindo de forma consciente”, aponta Gabriella Constantino, do Pretty New.

O mercado de brechós, inclusive, tem movimentado a indústria da moda. Impulsionado principalmente pela geração Z, o segmento tem números promissores. A pandemia da Covid-19, por exemplo, não enfraqueceu o setor. De acordo com um estudo da plataforma de revendas ThredUp, as revendas devem movimentar mais de US$ 60 bilhões globalmente até 2024.

Contudo, o conceito second hand, apesar de bem difundido internacionalmente, ainda sofre resistência do consumidor, principalmente o público mais velho, no Brasil. “Buscamos mostrar às pessoas que, ao circularem suas joias e relógios usados, elas permitem que essas peças sejam ressignificadas. Como mágica, novas histórias são construídas”, enfatiza Ana Toledo.

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