GERAL
Indígena espera cirurgia na Maternidade de Cruzeiro do Sul há 3 dias com fome
A Indígena da etnia Shawãdawa, de Porto Walter, Carina Cazuza Ramos, 17 anos, está desde quinta-feira a noite, 16, na Maternidade de Cruzeiro do Sul, sem ser alimentada, a espera de uma cirurgia, que até agora não foi realizada.
Como a cirurgia já foi remarcada três vezes, ela não recebe alimentação e por isso, já está fraca e com muita dor de cabeça. E Carina ainda está amamentando a filha, Ana Clara, que tem 8 dias de vida.
Carina teve a filha de parto normal na Maternidade no dia último dia 10 e 4 dias depois teve alta. Mas na última quinta-feira, 16, com febre e com a cirurgia sangrando ela voltou à Maternidade, onde segue internada. A cirurgia foi marcada para sexta-feira a noite e foi remarcada para este sábado de manhã. Novamente não foi feita e foi remarcada para a noite mas até as 22:30 horas deste sábado, a adolescente indígena seguia com fome a espera de ser novamente operada .
A família dela não sabe o que houve para que a cirurgia ficasse sangrando, fazendo com que Carina voltasse para a Maternidade. ” Não disseram nada de causa pra gente não “, conta a mãe de Carina, Maria de Jesus.
Passadas mais de 48 horas e amamentando a filha, Carina diz que está muito fraca. ” É muita fome e quando a bebê mama fico até tonta. Estou com muita dor de cabeça também “, relata.
A gerente de Assistência à Saude da Maternidade de Cruzeiro do Sul, enfermeira Sulenir Ferreira de Oliveira, disse que Carina ainda não foi operada porque muitos casos de emergência têm chegado na unidade hospitalar.
” A indicação dela é para reabordagem da ferida operatória mas ela está estável e por isso as emergências são passadas na frente. Agora a noite reve curetagem, laparo e tem 2 cesareas, e são casos mais graves que o dela, que segue estável. Se não operar agora a noite vamos liberar a dieta dela”, concluiu.
Às 22:45 minutos deste sábado, 19, Carina foi levada para a sala de cirurgia da Maternidade, de onde saiu à meia-noite já com o procedimento cirúrgico refeito. A mãe da adolescente ainda não sabe se ela poderá seguir amamentando a filha por causa da anestesia a que foi submetida para a realização da nova cirurgia.