Outro dado importante é que 71% dos brasileiros que responderam a pesquisa disseram que precisarão se mudar já nos próximos 10 anos em razão dos locais que ocupam.
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Além disso, 63% dos entrevistados brasileiros afirmaram que as mudanças climáticas já tiveram um efeito grave na região em que vivem. A média global é de 56%. Nesta modalidade, onde mais pessoas disseram que desastres naturais tiveram grave efeito em suas casas, o primeiro colocado foi o México, que registrou índice de 75%.
A pesquisa Climate Change: Severity of Effects and Expectations of Displacement foi realizada pela Ipsos entre julho e agosto de 2022, com 23.507 entrevistados em 34 países.
São eles: África do Sul, Alemanha, Austrália, Argentina, Arábia Saudita, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Portugal, Romênia, Suécia, Suíça, Tailândia e Turquia.
Chuvas em São Paulo
Desde sábado (18/2), a situação de pelo menos seis municípios paulistas preocupa o Brasil e o mundo. Após as fortes chuvas que acometeram o litoral norte de São Paulo, o governo estadual confirmou 44 mortos e 49 desaparecidos. Até esta terça-feira (21/2), apenas sete corpos haviam sido identificados e liberados, sendo três crianças.
De acordo com o governo, há 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo o estado. Foram afetadas pela chuva as cidades São Sebastião, Ubatuba, Caraguatatuba, Ilha Bela, Bertioga e Guarujá. Todas decretaram estado de calamidade.
Para tentar localizar sobreviventes, equipes municipais, estaduais e federais fazem ações de resgate e salvamento desde a madrugada de domingo (19/2). No total, a força-tarefa envolve mais de 600 homens e mulheres.
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Com pás e enxadas, tropas reviram a lama à procura de vítimas. Embarcações são usadas para transportar colchões e mantimentos para quem ficou ilhado. No céu, 14 helicópteros da PM e do Exército transportam efetivos aos locais de difícil acesso, socorrem feridos e removem corpos.
O que causou o fenômeno
A forte chuva que atingiu o litoral de São Paulo superou as previsões e o alerta emitido pela Defesa Civil. Ana Ávila, meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que o fenômeno climático foi provocado por alguns fatores que ocorreram simultaneamente.
“Nós tivemos uma frente fria que chegou do Sul do país e veio com bastante intensidade, acompanhada de uma massa de ar mais frio. Houve um encontro entre essa frente fria que veio do Sul com o transporte de calor e umidade vindo da região norte do País”, diz Ana.
O encontro da frente fria do sul com o calor vindo do norte ocorreu em área de instabilidade. “Havia um centro de baixa pressão na região. Esse transporte de ar mais quente e úmido favoreceu essa grande concentração de nuvens e essa chuva intensa”, afirma a especialista.
Segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden), em 24 horas, entre 9h do sábado (18/2) e 9h do domingo (19/2), choveu 680 mm em Bertioga; 626 mm em São Sebastião; 388 mm no Guarujá; 337 mm em Ilhabela; 335 mm em Ubatuba; 234 mm em Caraguatatuba; 225 mm em Santos; 203 mm em Praia Grande e 186 mm em São Vicente.