GERAL
Inspiração para Milton Nascimento: conheça o indígena que quase foi morto por policial
“Beija-flor me chamou, Lua branca chegou na hora” – a música Benke, do cantor e compositor Milton Nascimento, é inspirada em um dos maiores ativistas indígenas do Acre, conhecido mundialmente por ser ferrenho defensor da preservação de aldeias e um combatente contra exploração predatória das terras indígenas.
No município de Marechal Thaumaturgo, é onde o defensor reside com a comunidade Ashaninka, localizada em uma das regiões de mais difíceis acessos do estado.
Benki Piyako, possui um legado muito forte e luta constantemente pela a exploração consciente dos recursos da floresta, e sua definitiva conservação, através de atividade relacionada ao manejo florestal, repovoamento de peixes, oficinas de conscientização ao redor do mundo, bem como na propagação e no zelo com as chamadas medicinas da floresta.
Neste domingo, quando Piyãko comemorava seu aniversário junto de amigos, um policial civil identificado como José Francisco teria sacado uma arma e disparados tiros, ameaçando matar o indígena.
O caso ganhou repercussão após denúncia feita pelo antropólogo Domingos Bueno e divulgada pelo jornalista Altino Machado em suas redes sociais.
O jornalista disse ao ContilNet que não é de hoje que o povo ashaninka, que mora nas aldeias de Marechal Thaumaturgo, um dos municípios acreanos de mais difícil acesso, vem sendo ameaçados por José Francisco e por outros policiais.
Altino telefonou para o delegado-geral de Polícia Civil do Acre, José Henrique Maciel, que prometeu agir com rigor contra o agressor. “Vamos começar a apuração agora com a abertura de procedimento administrativo e criminal via Corregedoria, incluindo o afastamento das funções e recolhimento da arma do policial. Já até conversei com a corregedora-adjunta. Tudo será apurado e as providências adotadas. Nada ficará impune”, garante.
Povo Ashaninka
Os Ashaninka carregam consigo uma história de muitas lutas, que repelem desde os invasores da época do Império Incaico até o período da economia extrativista da borracha do século XIX e, sempre na luta combatendo a exploração madeireira nos anos 80 até hoje.
Um povo que se orgulha de sua cultura, os Ashaninka não são apenas simples objetos da história ocidental. É fenomenal a capacidade de harmonizar seus costumes e valores tradicionais com as ideias e práticas do mundo atual, tais como aquelas ligadas à sustentabilidade socioambiental.