Sob pressão de lideranças do próprio PT, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avisou a integrantes do Palácio do Planalto que vai insistir em manter gastos com a saúde e a educação dentro de um limite fiscal.
Apesar da pressão de petistas para um libera geral nas duas áreas, a equipe econômica defende que é preciso uma calibragem. A avaliação é de que os dois maiores orçamentos da União não podem ficar sem controle algum.
A ideia de integrantes do time de Haddad é abrir uma janela de gastos que permita investimentos em saúde e educação, mas que não leve ao caos financeiro os cofres do Tesouro.
Irritação com Rui Costa
Para além da pressão de petistas mais ideológicos, Haddad vem enfrentando resistências de um colega do próprio governo: o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também filiado ao PT.
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Em meio às discussões sobre o novo arcabouço fiscal, Haddad e Rui disputam o protagonismo da narrativa econômica no país. A briga se dá mais pela forma do que pelo conteúdo.
O chefe da Casa Civil não aponta defeitos no texto proposto por Haddad, nem soluções. Costa, porém, quer ser o emissor da mensagem antes da edição final.
O posto de orador, adotado por Rui, vem irritando aliados, como o senador Jaques Wagner (PT-BA), atual líder do governo no Senado. Jaques defende que Haddad seja “sempre o primeiro a falar” sobre o novo marco fiscal.