A vítima foi assassinada de maneira brutal, segundo o delegado-chefe da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), Hudson Maldonado. “O agressor é extremamente violento. Ele levou objetos [pessoais do empresário] para tentar despistar [a polícia] e simular um latrocínio [roubo seguido de morte]. Mas sabemos que a motivação foi por sentimento de posse, algo bastante vil”, detalhou.
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À frente das investigações, o delegado Hudson Maldonado disse não haver confirmação da existência do suposto relacionamento entre a vítima e a companheira de Felipe Aurelio. “[Isso] é coisa da mente do agressor. Não há nada comprovado”, enfatizou.
O delegado informou ao Metrópoles que Felipe Aurélio não disse à polícia como fez a conexão entre a companheira, que trabalha em um comércio na Asa Norte, com o empresário de Sobradinho. Apesar disso, teria descoberto uma suposta “aproximação” entre os dois.
Depois do crime, a 13ª DP identificou o suspeito e pediu à Justiça um mandado de prisão temporária contra o agressor. Após a morte do empresário, o investigado foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil.
Uma equipe do Grupo Tático Operacional (Gtop), da PMDF, cumpriu a ordem judicial por volta das 22h de sexta-feira (24/3), ao encontrar o foragido em uma casa no Condomínio Digneia II. Denunciantes informaram que ele estaria prestes a fugir da cidade. Com o suspeito, que está à disposição da Justiça, os policiais apreenderam duas porções de cocaína.
Emboscada
A polícia descobriu que o criminoso pegou o chip do celular da companheira e enviou uma mensagem para Wilson, passando-se por ela. Em seguida, pediu para Wilson visitá-la, no bairro Nova Colina.
Quando o empresário chegou, aguardou e foi surpreendido pelo suspeito, que agrediu a vítima com um pedaço de pau. Wilson recebeu socorro do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) e apresentava um ferimento na cabeça, traumatismo cranioencefálico, hemorragia pelo ouvido e pelo nariz.
Consciente e desorientado, o empresário foi levado para o Hospital Regional de Sobradinho (HRS), mas não resistiu e morreu quatro dias depois. Há indícios, segundo as investigações, de que o assassino chegou acompanhado de mais dois homens, que aguardaram a vítima e acompanharam a violência contra Wilson sem agir para impedi-la.
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“Possessivo e ciumento”
A funcionária da padaria havia se mudado para o Distrito Federal com o suspeito. O agressor — considerado agressivo, segundo a polícia — tinha antecedentes criminais por roubo em residência, praticado em Codó (MA) e por violação à Lei Maria da Penha contra a companheira.
Depois que a vítima foi agredida pelo criminoso, decidiu se separar. No entanto, posteriormente, o casal reatou o relacionamento. “Esse homem, bastante possessivo e ciumento, ficou com ciúme do dono da padaria, do empresário, e pegou o chip do celular [da companheira]”, afirmou Hudson Maldonado.
“Em que pese alguns pertences terem sido levados, a motivação do crime não foi patrimonial. Não houve sequestro, nem latrocínio. [O agressor] ficou com ciúme da companheira, com quem havia reatado, e resolveu se vingar de alguém com quem ele imaginava ter algum relacionamento com ela”, completou Hudson Maldonado.
A polícia ainda investiga se o crime teve participação de outras pessoas. Se condenados, os envolvidos no crime podem receber pena de 12 a 30 anos de prisão.
Homenagens
A página da padaria Três Poderes no Instagram divulgou uma nota de pesar pela morte do empresário: “É com extremo pesar que informamos o falecimento de nosso querido Wilson Fernandes. A dor do luto não tem uma data para acabar, mas é possível confortar o coração com as boas lembranças que ficam”. A padaria decretou, ainda, luto de três dias, a partir deste domingo (26/3), período durante o qual ficará fechada.
Conhecidos de Wilson também lamentaram o ocorrido, em publicações nas mídias sociais. “Que Deus tenha misericórdia de sua alma. Por mais que a gente saiba que hoje pode ser o último dia, não nos confortamos com a perda de quem temos convivência. Que Deus, com sua infinita bondade, dê força a todos os familiares”, escreveu uma amiga.
Uma funcionária do estabelecimento fez elogios ao chefe e o homenageou em uma postagem. “Descanse em paz. Você sempre foi um exemplo para todas as pessoas que tiveram o privilégio de o conhecer. Mais do que alguém que sempre soube gerir, você foi um amigo que levo para toda minha vida. Faça sua viagem em paz para sua nova casa. Espero e desejo que encontre, no seu lar, muito amor e serenidade. Aqui, honrarei seu nome todos os dias. Lutarei para homenagear o homem bom que tive a sorte de conhecer. Até um dia, chefe”, despediu-se.