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POLÍTICA

PL entrará com ação contra Janones por chamar Nikolas de ‘chupetinha’

Publicado em

Montagem iG / Imagens: Reprodução / Câmara dos Deputados e Paulo Sergio/Câmara dos Deputados Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi interrompido e ironizado por congressistas opositores na Câmara dos Deputados nessa terça-feira (28)

Nesta quarta-feira (29), o  deputado federal Eduardo Bolsonaro disse que o PL deve entrar com uma representação contra André Janones (Avante) no Conselho de Ética após ofensas contra  Nikolas Ferreira (PL) durante sessão do Conselho de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados , na noite dessa terça-feira (28).

“Telefonei de manhã para o presidente Valdemar [Costa Neto] do PL, legitimado a representar no conselho de ética, e ficou acertado que o PL ingressará contra o dep. Janones no conselho de ética. Outras medidas estão sendo estudadas também”, escreveu Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.

O que aconteceu

Ontem, enquanto fazia uma pergunta ao ministro da Justiça, Flávio Dino , Nikolas foi interrompido por gritos de “olha a peruca”, “deixa a Nikole falar” e “vai chupetinha”. Na ocasião, o deputado definiu a situação como “molecagem”.

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Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram Janones se referindo ao parlamentar como “chupeta” várias vezes. “Chupeta falou, presidente. Fala, chupetinha”, disse o deputado enquanto Nikolas tentava falar.

Veja o momento:

Mais tarde, no Twitter , Nikolas acusou Janones de homofobia . “A tara da esquerda é acusar hétero de ser gay. Usam a homossexualidade como ofensa”, escreveu. “Por mais que as imagens mostrem uma sincronia entre a fala e a gesticulação do Dep. Rui Falcão, seu microfone estava desligado e as ofensas foram proferidas pelo deputado que iria me triturar nas urnas, mais conhecido como Janones. Já estou tomando as providências junto ao PL.”

Após a repercussão do caso, Janones foi às redes se justificar e disse que o apelido não tem “qualquer relação com a orientação sexual do deputado bolsonarista”.

“Agradeço os comentários de vocês, mas é importante explicitar que de fato, o apelido chupeta, até onde sei, não tem qualquer relação com a orientação sexual do deputado bolsonarista. Até ele se eleger representante do sindicato LGBTQIA+ de ontem pra hoje, pra declarar-se vítima de homofobia”, afirmou.

“O apelido foi dado pelo amigo Felipe Neto, uma vez que apesar de ter quase 30 anos de idade, aparenta ser uma criança, fisicamente, nas atitudes e nas mudanças repentinas de voz, como se vivesse uma puberdade tardia. Eu NUNCA compartilhei conteúdo sexual, seja ele verídico ou fake, uma vez que o ‘mau caratismo’ do deputado bolsonarista, não tem relação com quem ele se deita. No mais, se alguém de bom coração ainda tinha dúvida, espero que fique esclarecido”, acrescentou o deputado do Avante.

O  youtuber e influenciador Felipe Neto também se pronunciou sobre o caso e disse que “o apelido é ‘chupetinha da milícia'”. “Se o chupetinha quiser alegar que isso é homofobia, aí ele tá admitindo algo que nem passou pela minha cabeça e nem imaginava”, escreveu.

Discurso transfóbico na Câmara

As provocações dos deputados ocorrem após o discurso transfóbico que Nikolas Ferreira fez na Câmara dos Deputado no último 8 de Março , no Dia Internacional da Mulher.

Na ocasião, o parlamentar começou o discurso dizendo que a esquerda tinha dito que ele não poderia falar sobre a data, porque não teria “local de fala”. Na sequência, ele  vestiu uma peruca loira, dizendo que passava, então, a se sentir mulher e que seu nome era “deputada Nicole”.

“Eu tenho algo aqui muito interessante para poder falar. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. E para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, vocês podem perguntar, qual o perigo disso, deputada Nicole. Sabe por quê? Porque eles estão querendo colocar uma imposição de uma realidade que não é a realidade”, disse o deputado bolsonarista no início do mês.

Após o comportamento, as deputadas trans Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP) protocolaram notícias-crime contra Nikolas. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)  André Mendonça vai ficar responsável pela relatoria das ações contra o deputado federal.

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