A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encaminhou ofício à Vara de Execuções Penais (VEP) em que requisita informações sobre a morte do condenado. Os deputados distritais receberam em 27 de março a informação de que Alan teria sido agredido por policiais penais ao ser transferido de ala.
De acordo com o documento, o detento teria relatado que sofreu diversas agressões físicas, ameaças e retirada injustificada de produtos de higiene. Ele ainda solicitou que fossem verificadas as câmeras internas de segurança para comprovar as violências sofridas.
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A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue em aberto para eventuais manifestações.
O crime
Alan havia sido condenado em dezembro de 2021 pelo assassinato da servidora. A Justiça considerou quatro qualificadoras contra o ex-namorado da vítima: uso de meio cruel, modo que impossibilitou defesa da vitima, motivo torpe e feminicídio.
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O crime ocorreu em 21 de dezembro de 2019 e chocou a capital federal. Os peritos criminais encontraram 48 perfurações no corpo de Luciana. Vários ferimentos foram sobrepostos e se concentraram na parte cervical posterior, ou seja, a maioria dos golpes foi desferida nas costas, de forma brutal e covarde.
As investigações apontaram que Alan ficou de tocaia no quarto andar do prédio onde a ex morava, no Sudoeste. Quando Luciana percebeu a presença do ex-namorado no corredor, tentou bater a porta, mas ele a impediu com as mãos e forçou a entrada no apartamento.
O assassino chegou a confessar o crime e disse que foi ao local para tentar retomar o relacionamento com a vítima, mas a mulher não quis ouvi-lo.
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As mesmas câmeras que flagraram a invasão de Alan também registraram o instante em que ele deixa o local. Vestido com uma calça vermelha, camisa de capuz e com a bolsa da vítima na mão, o assassino desceu os degraus silenciosamente, com cuidado, para não ser visto.
Em determinado momento, apressa o passo e deixa o prédio. Os investigadores acreditam que a intenção de carregar consigo os pertences de Luciana era para simular um latrocínio (roubo com morte).
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