POLÍTICA
Planalto cria grupo para fiscalizar violência e quer ‘paz’ nas escolas
O Palácio do Planalto deve criar um grupo interministerial para fiscalizar a violência e debater a “cultura de paz” nas escolas após os ataques em São Paulo (SP) e Blumenau (SC). A medida foi anunciada nesta quarta-feira (5) pelo ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta.
A iniciativa, segundo Pimenta, visa ajudar estados e municípios a reduzir os casos de ataques em escolas. O grupo terá 90 dias para apresentar propostas e apresentá-las ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A ideia é valorizar na sociedade uma cultura da paz, uma cultura de não violência. O governo federal não tem, sob a sua administração, escolas. Escolas e creches são de gestão municipal e estadual, nossa área de segurança é outra. Então, nós vamos ver como a gente pode [contribuir]”, disse Pimenta, em coletiva de imprensa.
Entre a equipe ministerial, Silvio Almeida (Direitos Humanos), Camilo Santana (Educação), Flávio Dino (Segurança Pública) e Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência) devem compor o grupo de estudos. Ainda não há previsão para o início dos trabalhos.
O governo ainda pretende disponibilizar ao menos 50 policiais para investigar possíveis rastros de violência escolar na internet. Os principais alvos do governo são a deepweb e a darkweb, lados escondidos da internet.
Seguranças armados e verbas para rondas
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ainda anunciou a distribuição de R$ 150 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para estados e municípios aumentarem a ronda ostensiva de policiais em regiões escolares. Segundo Dino, o primeiro edital deve sair na próxima semana.
“Por determinação do presidente Lula, o Ministério da Justiça vai oferecer apoio financeiro às Rondas Escolares das polícias estaduais ou guardas municipais. Primeiro edital sairá na próxima semana, com o valor de R$ 150 milhões”, afirmou.
Dino ainda foi questionado sobre a implementação de seguranças armados em escolas. A proposta é defendida por governadores, principalmente por Tarcísio de Freitas (São Paulo), que sugeriu colocar policiais militares em escolas públicas.
O ministro da Justiça negou que isso será feito em um primeiro momento, mas abriu a possibilidade de debate no grupo que estudará medidas de segurança nas escolas.
Ataque em Blumenau
Quatro crianças morreram e outras quatro ficaram feridas após um ataque em uma creche particular em Blumenau, interior de Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (5). Segundo a Polícia Militar, um homem de 25 anos pulou o muro da escola e atacou as crianças com uma machadinha. Minutos depois, ele se entregou em um batalhão da PM na cidade.
Todas as crianças que estavam na escola já foram retiradas pela polícia e entregues aos pais. As aulas estão suspensas por tempo indeterminado.