O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país e teve variação de 0,71% em março, ficou em 4,65% no acumulado de 12 meses.
Trata-se do patamar mais baixo em mais de dois anos, desde janeiro de 2021. Na época, a inflação em 12 meses foi de 4,56%.
O resultado de março veio abaixo das estimativas do mercado. O consenso Refinitiv projetava inflação de 0,77% no mês passado e de 4,7% no acumulado de 12 meses.
Segundo Marco Caruso, economista chefe do Banco Original, a inflação acumulada de 12 meses já vinha apresentando “tendência de queda” – em fevereiro, foi de 5,6%.
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“Esse movimento de arrefecimento parece ser um ajuste gradual das cadeias produtivas globais desde o segundo semestre de 2022, em um cenário de melhores safras agropecuárias e de recuperação da incidência da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre os produtos agropecuários”, analisa Caruso. “Olhando à frente, analisamos que o comportamento observado da inflação conversa com o que esperamos”, completa.
Para o economista-chefe do Banco Original, apesar do arrefecimento neste momento, é esperada uma alta do índice a partir do segundo semestre do ano.
“Entendemos que a dinâmica do IPCA neste ano terá dois atos: arrefecendo até o primeiro semestre, mas voltando a subir no segundo”, conclui.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.
Em 2022, o Brasil teve inflação acumulada de 5,79%. A taxa apurada ficou acima da meta estipulada pelo governo federal, pelo segundo ano consecutivo, mas abaixo do percentual registrado nos Estados Unidos e nos principais países da Europa.