POLÍCIA
Quem era mulher de ex-vice-prefeito encontrada morta com um tiro no peito
Uma pessoa carinhosa, sempre próxima da família e que sonhava em ser mãe. Assim era a caixa de restaurante Vanuza Spala de Almeida, de 41 anos, encontrada morta com um tiro no peito na madrugada do dia 9 de abril no interior de Ibitirama, no Caparaó capixaba. O crime é investigado pela Polícia Civil como feminicídio e o principal suspeito é Celio Martins Morales, de 59 anos, marido da vítima e ex-vice-prefeito da cidade.
Em entrevista ao g1, a irmã de Vanuza, a dona de casa Vanessa Spala de Almeida, de 39 anos, falou sobre a perda de sua única irmã e as atitudes do cunhado, que teve a prisão decretada pela Justiça.
Vanessa contou que ela e a irmã nasceram com pouco mais de um ano de diferença e foram criadas em Guaçuí, no Sul do estado. Segundo a irmã, Vanuza morava com os pais, se mudou para Ibitirama e reduziu o contato com a família quando foi morar com Célio, após conhecê-lo pela internet.
“Conheceu ele pela rede social há dois anos e logo foi morar com ele. Ele ficava muito atrás dela insistindo até que ela foi pra Ibitirama. É a terra dele, não tinha ninguém da nossa família lá”, contou Vanessa.
Vanessa também disse que Vanuza era muito carinhosa com o sobrinho de oito anos e sempre sonhou em ser mãe, mas o marido não compactuava do mesmo desejo.
“Desde nova ela sonhava em ser mãe. Estava fazendo tratamento, mas ele falou que não queria ter filhos com ela e que os únicos filhos que ele gostava e ia gostar pra toda vida são os filhos com a ex. Ela sofria com isso. O único sonho que ela tinha era de ser mãe”, contou a irmã de Vanuza.
A irmã também contou que Vanuza não concluiu os estudos e trabalhava como caixa no restaurante de uma irmã do marido e também o auxiliava nas transações de compra e venda de veículos.
Tentativas de separação
Segundo a irmã, Vanuza tentou se separar algumas vezes de Célio.
“Ela tentou várias vezes vir embora, ele vinha e buscava ela. Ligava pra cá chorando e gritando que não estava aguentando mais. Já ligou pro meu pai e pediu pra mandar o caminhão-baú. Meu pai corria e ela falava que não precisava mais. Contaram que quando ela queria vir embora, ele a arrastava e a levava pra dentro de casa”, contou a irmã.
Vanessa disse que a família suspeitava que Vanuza era agredida, mas ela nunca contou nada e nem chamou a polícia para o marido.
“Ela não falava nada, mas a gente suspeitava porque ela chegava com umas manchas meio roxas. Chegava aqui e não falava nada, e ele sempre olhando pra ela”, contou a dona de casa.
Em entrevista à TV Gazeta nesta terça-feira (11), Vanessa disse que a irmã também era amedrontada com uma arma pelo cunhado.
“Ficava sempre com arma em cima da mesa pra poder amedrontar ela. Ela limpava a casa com aquela arma no meio da mesa pra ela ter medo. Nunca contava nada. Nunca entrei na casa dela. Quero que ele passe o resto da vida na cadeira. Quero ver ele pagar. Quero justiça”, disse Vanessa.
Para a dona de casa não resta dúvida de que o cunhado matou a irmã. Celio Martins Morales, de 59 anos, teve a prisão decretada pela Justiça.
“Ele brigava muito com ela. Tenho certeza. Ela nunca mexeu com arma, nunca convivemos no meio de arma. Tem várias pessoas falando mal dele. Ninguém nunca chegou perto de mim falando bem dele. Falaram com meu pai: ‘não deixa sua filha com ele’”, disse Vanessa.
Com a partida da única irmã, Vanessa agora tem se dividido entre a casa dos pais e a sua.
“Meu pai tem 75 anos e minha 71. Meu pai está daquele jeito. Nem conseguiram dar entrevista. Queria levar eles pra morarem comigo, mas dormiram lá só uma noite”, disse Vanessa.