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POLÍTICA

Em 100 dias, Lula se descola de antecessores e desvia de mudança ministerial

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Em pouco mais de 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu desviar de uma reforma ministerial e mantém a mesma equipe de 37 auxiliares desde a posse, em 1º de janeiro. Com isso, o petista se descola dos três antecessores, que já haviam feito trocas no primeiro escalão com o mesmo tempo de gestão.

O precedente direto, Jair Bolsonaro (PL), trocou o primeiro ministro em fevereiro de 2019. A demissão do então chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi assinada após divergências dele com um dos filhos do ex-presidente, responsável pela comunicação do governo, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro.

Em 2016, ainda como presidente interino, Michel Temer (MDB) demitiu seu ministro do Planejamento, Romero Jucá, 11 dias após assumir, em função de uma gravação de conversa de Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Nos áudios, ele defendia em um “pacto” para deter o avanço da Operação Lava Jato.

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No segundo mandato da petista Dilma Rousseff (2015-2016), a primeira troca ministerial também ocorreu na largada, em fevereiro de 2015, com a substituição de Marcelo Neri por Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).

Dias depois, em março, o então chefe da pasta da Educação, Cid Gomes, pediu demissão ao criar um constrangimento para a base do governo em debate na Câmara, quando disse que deputados “oportunistas” deveriam sair do governo.

O primeiro governo Dilma (2011-2014) só fez a primeira troca em junho de 2011. Homem forte do PT, o então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pediu demissão do cargo depois de denúncias sobre a evolução de seu patrimônio pessoal e suposto tráfico de influência.

Lula comparado a Lula

Nos dois primeiros mandatos do petista, as trocas foram mais tardias. Na segunda gestão (2007-2010), o primeiro a cair foi o então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, passados quase cinco meses de governo.

Em maio de 2007, investigação da Polícia Federal (PF) apontou que Rondeau teria recebido R$ 100 mil de uma construtora acusada de fraudes e desvios em obras públicas.

Já na primeira gestão (2003-2006), o ministério se manteve estável por mais tempo, até o início de 2004, quando Benedita da Silva, então ministra da Assistência e Promoção Social, deixou o cargo após um ano e 21 dias de governo.

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Ela caiu devido à revelação de que usou recursos públicos para ir e levar assessoras a eventos religiosos no exterior, como Portugal e Argentina.

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Durante a transição, Lula demorou ainda mais que em sua primeira eleição para anunciar todo o ministério. Alguns nomes foram confirmados somente após o Natal. Foi o caso, por exemplo, da ministra do Planejamento e Orçamento, a emedebista Simone Tebet.

A demora nas indicações foi creditada à dificuldade de negociação com os partidos que não haviam apoiado Lula na eleição, mas que pleiteavam cargos e orçamento no então futuro governo para compor a base aliada.

Lula contempla nove partidos nos 37 ministérios; veja lista completa

O União Brasil, por exemplo, conseguiu arregimentar três pastas: o Turismo, com Daniela Carneiro, as Comunicações, com Juscelino Filho, e a Integração Nacional, com Waldez Góes. Este último, apesar de não ser filiado ao partido, foi colocado na cota da sigla, sob indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Naquele período, já se alertava para o risco de os ministros terem pouco tempo para tomar pé de suas áreas, sem tempo de compor suas equipes, que foi justamente o que ocorreu e gerou uma paralisia inicial no governo federal.

Sinais de reforma

Ainda na transição, um influente petista avaliou ao Metrópoles que a primeira reforma ministerial do terceiro governo Lula ocorreria dentro de seis meses.

Na última semana, houve um zumzumzum envolvendo o nome da ministra Daniela Carneiro, que chegou a acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder trocar de legenda, mas recuou.

Ela e outros deputados do União do Rio alegavam “assédio” da direção nacional da sigla e pediam desfiliação do partido por justa causa.

Essa questão partidária se somou a outro episódio envolvendo a ministra, ainda nos primeiros dias de governo, quando ela balançou na cadeira ao serem divulgadas imagens dela fazendo campanha política ao lado de milicianos.

Por sua vez, o titular da pasta das Comunicações, Juscelino Filho, está envolvido em uma série de denúncias desde que assumiu o cargo. Uma das denúncias que pesam contra o ministro é por ter ido viajado em avião da FAB a São Paulo para participar de leilões de cavalos de raça.

Lula chegou a se reunir com o auxiliar em março, quando a pressão sobre ele havia subido. A ordem de Lula e de ministros palacianos foi para que Juscelino reforçasse sua defesa pública à sociedade.

Alckmin nega reforma

No exercício interino da Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSB) descartou, na última quarta-feira (12/4), a possibilidade de o governo realizar uma reforma ministerial.

 

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